Maior fundo soberano do mundo perde R$ 833 bilhões em seis meses
(REUTERS/Gwladys Fouche)
Fundo soberano da Noruega perdeu R$ 833 bilhões em seis meses;
Fundo é o maior do mundo;
Perdas tem a ver com taxas de juros crescentes, inflação alta e guerra na Europa.
O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, perdeu quase 1,68 trilhão de coroas (R$ 833 bilhões) no primeiro semestre deste ano, afirmou o Banco Central do país. A rentabilidade negativa foi de 14,4% e o valor do fundo caiu para 11,65 trilhões de coroas no final de junho.
O fundo soberano é uma categoria de investimentos que é criada e administrada pelo governo federal do país, ao qual pertencem os recursos. No caso da Noruega, o fundo é alimentado especialmente pelas receitas petrolíferas do Estado.
Em comunicado, o CEO do Norges Bank Investment Management (NBIM), Nicolai Tangen, disse que “o mercado foi atingido por taxas de juros crescentes, inflação alta e a guerra na Europa. Os investimentos em ações caíram em até 17%”. Ele ainda destacou que as ações de tecnologia “tiveram um desempenho particularmente ruim”.
As únicas exceções foram as ações energéticas, devido aos grandes investimentos que o fundo fez em energia eólica nos últimos anos. “No primeiro semestre do ano, o setor de energia teve um retorno de 13%. Vimos aumentos acentuados de preços de petróleo, gás e produtos refinados”, acrescentou Tangen.
Segundo o analista da Economist Intelligence Unit, Matthew Oxenford, o desempenho do fundo é similar ao de outros fundos, já que o primeiro semestre deste ano sofreu uma reviravolta significativa nos mercados financeiros em todo o mundo.
“Globalmente, grande parte desse declínio foi impulsionado pelo aperto monetário agressivo dos bancos centrais, que levou a um declínio acentuado no investimento em empresas de rápido crescimento em setores de alto crescimento, como tecnologia, à medida que o retorno de investimentos mais seguros aumenta e o conjunto global do investimento de alto risco encolhe”, disse ao portal CNBC.
O fundo norueguês está presente no capital de cerca de 9.300 empresas e controla cerca de 1,3% da capitalização de mercado global.