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Médicos e pacientes sofrem com vácuo de informações sobre a covid longa

Após três anos do início da pandemia de coronavírus, tanto pacientes quanto médicos têm lutado contra a covid longa, desde aspectos básicos como identificação de sintomas até estigma social e falta de medicamentos eficazes. Enigmática, a condição sofre de falta de pesquisas, que ainda não conseguiram encontrar biomarcadores efetivos e determinar, definitivamente, todos os sintomas possíveis.

Em muitos países, a pandemia acalmou a ponto de sentirmos que já não sofremos mais com a covid-19, que parou de apinhar hospitais e exigir foco dos profissionais de saúde. Para quem sofre de covid longa, no entanto, o pesadelo nunca terminou. Não sabemos o que causa a condição, fora contrair o vírus — e isso é a base de todos os problemas subsequentes envolvendo a condição.

Dificuldades na detecção de sintomas e falta de tratamentos efetivos estão entre os problemas enfrentados por pacientes de covid longa (Imagem: Rido81/Envato)
Dificuldades na detecção de sintomas e falta de tratamentos efetivos estão entre os problemas enfrentados por pacientes de covid longa (Imagem: Rido81/Envato)

Como identificar sintomas?

Além de ser difícil direcionar medicamentos e tratamentos para uma condição para a qual ainda não descobrimos uma base biológica, os sintomas são dos mais variados. Entre os que a medicina já identificou, estão fadiga, problemas respiratórios, dificuldade para pensar e se concentrar, mas também inflamações e outros distúrbios em órgãos variados. Para piorar, a condição não afeta todos os pacientes da mesma forma, dificultando a identificação da patogenia.

Enquanto alguns pacientes melhoram dos sintomas com o tempo, outros observam um vai-e-vem deles, e outros pioram. Isso confunde os pesquisadores acerca do período pelo qual as pesquisas sobre o tema deve durar ou como comparar medicamentos com placebos.

Com isso, as empresas farmacêuticas esbarram em um paradoxo: quando uma condição tem características bem definidas, é fácil investigar em pesquisas para descobrir remédios efetivos. Como para a covid longa isso não foi descoberto, as companhias não investem em estudos caros que poderiam identificar biomarcadores, ou seja, motivos biológicos para o surgimento do problema.

A natureza confusa dos sintomas e falta de marcadores biológicos para a covid longa dificulta a busca de empresas farmacêuticas para o investimento em pesquisas (Imagem: twenty20photos/envato)
A natureza confusa dos sintomas e falta de marcadores biológicos para a covid longa dificulta a busca de empresas farmacêuticas para o investimento em pesquisas (Imagem: twenty20photos/envato)

Até agora, muitos dos esforços para compreender a condição focaram muito nos sintomas, muito variados, e não nas possíveis causas subjacentes, o que também dificulta seu entendimento. Especialistas comparam o caso ao uso de um Band-aid para curar uma ferida para a qual não se sabe a causa — ela provavelmente continuará aparecendo, até que descubramos de onde vem.

Indo até a raiz do problema

Embora 3 anos não seja um tempo longo, comparativamente, para fazer pesquisas e descobrir potenciais tratamentos, é um período extenso para quem sofre de covid longa. Alguns cientistas fundaram, em conjunto, o Colaborativo de Pesquisa Liderada por Pacientes, do qual participam pesquisadores que sofrem de covid longa e apresentam até mesmo problemas cognitivos e fadiga crônica, impedindo de trabalhar em campos nos quais eram líderes.

Enquanto não conseguirmos descobrir a origem do problema, a identificação de sintomas só pode ser feita ao relatar o que se está sentindo, ao contrário de condições como anemia, por exemplo, facilmente detectada por exames de sangue e relatada a círculos sociais com normalidade. Além de tudo, pacientes da covid longa sentem-se sem apoio e com estigmatização social por indivíduos que até mesmo duvidam de seus sintomas.

Até hoje, a identificação da covid longa se dá pelo relato de sintomas por parte do paciente, que pode levar alguns indivíduos a se perguntarem se estão mesmo doentes (Imagem: DC_Studio/Envato)
Até hoje, a identificação da covid longa se dá pelo relato de sintomas por parte do paciente, que pode levar alguns indivíduos a se perguntarem se estão mesmo doentes (Imagem: DC_Studio/Envato)

Mesmo com todos esses problemas, há algum norte. Um estudo de 2022, por exemplo, conseguiu detectar restos do vírus SARS-CoV-2 no sangue de pacientes de covid até um ano após a infecção — um possível marcador biológico para detectar covid longa.

Quando finalmente descobrirmos como o patógeno afeta o sistema imune dos pacientes, poderemos saber mais sobre outras doenças crônicas e agudas, o que poderá impactar significativamente o campo da imunologia humana.

Fonte: Canaltech

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