Lula e Gleisi citam Espanha como exemplo e falam em revogar reforma trabalhista
SĂO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Lula publicaram mensagens nas redes sociais manifestando empolgação com a reforma trabalhista que foi acordada entre governo, empresĂĄrios e sindicatos de trabalhadores na Espanha e falaram em revogação das reformas no Brasil.
Na Espanha, a nova reforma, chamada tambĂ©m de "contrarreforma", revisa uma que foi feita em 2012 e que teria impulsionado a precarização das condiçÔes de trabalho no paĂs.
Entre outras medidas, a reforma atual extingue os contratos por obra, limita os contratos temporĂĄrios (que correspondem a cerca de 25% dos empregos no paĂs) e estabelece regras mais rigorosas nas terceirizaçÔes.
"à importante que os brasileiros acompanhem de perto o que estå acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez estå trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores", escreveu Lula nas redes sociais nesta terça-feira (4).
O ex-presidente compartilhou reportagem do site Brasil de Fato com o tĂtulo "Espanha revoga reforma trabalhista que precarizou trabalho e nĂŁo criou empregos".
"NotĂcias alvissareiras desse perĂodo: Argentina revoga privatização de empresas de energia e Espanha reforma trabalhista que retirou direitos. A reforma espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas nĂŁo criaram empregos, sĂł precarizaram os direitos. JĂĄ temos o caminho", publicou Gleisi um dia antes.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que quatro anos depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, completados em novembro, o saldo Ă© de queda no nĂșmero de açÔes na Justiça do Trabalho, mas o nĂșmero de empregos anunciado pelo governo Ă Ă©poca ficou sĂł na promessa.
O governo Michel Temer chegou a divulgar durante a tramitação da proposta que era estimada a geração de 6 milhĂ”es de empregos em atĂ© uma dĂ©cada com a aprovação Â2 milhĂ”es apenas nos dois primeiros anos.
A Pnad ContĂnua (Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂlios ContĂnua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica), no entanto, mostra uma histĂłria diferente: a taxa de desocupação trimestral, que chegou a ficar entre 6% e 7% em 2014, subiu para 8,7% em agosto de 2015 Âconsiderando-se trabalhadores formais, informais, por conta prĂłpria, entre outros.
Em meados de 2017, antes da mudança na legislação, a desocupação era de 12,6%. Dois anos depois, em 2019 e antes da pandemia, estava em 11,8%. Em 2021, jå com a crise sanitåria, o mercado de trabalho sofreu um novo golpe e o desemprego tem oscilado acima disso, entre 14,7% e 13,2%.