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Lula diz que caso da Americanas é 'motociata' e compara Lemann a Eike Batista

*ARQUIVO* BRASILIA, DF,  BRASIL  18-01-2023  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento com Centrais Sindicais no Palácio do Planalto. Na imagem, com o Ministro do trabalho Luiz Marinho  (FOTO  Gabriela Biló /Folhapress)
*ARQUIVO* BRASILIA, DF, BRASIL 18-01-2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento com Centrais Sindicais no Palácio do Planalto. Na imagem, com o Ministro do trabalho Luiz Marinho (FOTO Gabriela Biló /Folhapress)

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o caso da varejista Americanas –empresa que entrou em recuperação judicial após a descoberta de que dívidas bilionárias não foram registradas em seus balanços financeiros– não foi uma pedalada, mas sim uma "motociata" (uma referência a eventos promovidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula comparou um dos acionistas de referência da empresa, o bilionário Jorge Paulo Lemann, ao empresário Eike Batista –que fez fortuna ao criar companhias de petróleo, logística e geração de energia e sofreu uma derrocada após frustrar expectativas de investidores.

"Aí [na Americanas] não é nem pedalada, é motociata. Acho que a gente, quando é pequeno, aprende que 'nada como um dia atrás do outro'", disse Lula em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar para a RedeTV e o portal UOL.

"Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Ele era o cara que financiava jovens para estudarem em Harvard para formar um novo governo. Era um cara que falava contra a corrupção todo dia. E depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões", complementou o presidente.

Eike chegou a ser considerado o sétimo homem mais rico do mundo pela revista Forbes. Em 2012, teve uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. Alvo da Operação Lava Jato, ele foi preso duas vezes, em 2017 e 2019.

Segundo Lula, o episódio serve para mostrar que os investidores em geral reagem mal ao discurso social do presidente, mas seriam lenientes com escândalos privados. O episódio da empresa, no entanto, tem sido comentário frequente de analistas do mercado financeiro e está sob críticas ferrenhas de seus principais credores –entre eles, o BTG Pactual.

"O que eu fico chateado é que qualquer palavra que você fala na área social, ‘vou aumentar o salário mínimo em dez centavos’, ‘vou corrigir o Imposto de Renda’, ‘precisamos melhorar [a vida para] os pobres’, o mercado fica nervoso, muito irritado", disse.

"E agora um deles joga fora US$ 40 bilhões [na verdade, R$ 40 bilhões] de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta. E esse mercado não fala nada, fica em silêncio. Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores?", questionou o presidente.

QUEM É JORGE PAULO LEMANN

Homem mais rico do Brasil. Economista, investidor e empresário bilionário é um dos fundadores da 3G Capital e esteve à frente da criação da Ambev, fusão entre as cervejarias concorrentes Brahma e a Antarctica.

Um dos controladores da Americanas de 1982 até 2001, chegou a ser membro do conselho da companhia.

Apesar de morar na Suíça, terra de seu pai, nasceu no Rio de Janeiro, em 1939. Lemann defende a meritocracia e foi um dos que instituiu no mercado financeiro brasileiro a cultura de pagar salário abaixo da média com bônus milionários.

Ao lado dos sócios da 3G Capital, fez acordos milionários com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para encerrar processos administrativos. Em um deles, o trio foi acusado de abuso de poder de controle na Ambev para "aumentar sua participação na companhia em detrimento dos acionistas minoritários".

Em 2021, deixou o conselho da Kraft-Heinz, que está sob o guarda-chuva da 3G Capital e precisou fazer correção contábil em 2019 após encontrar erro milionário em balanços financeiros.

Ao lado dos administradores da Americanas, é alvo de um processo da CVM que investiga a conduta dos empresários após o anúncio das "inconsistências contábeis" que culminaram com o pedido de recuperação judicial da empresa.