Líder caminhoneiro sobre protestos: ‘Não representa a categoria’

Caminhoneiros em 2018 organizaram greve em todo o país.  REUTERS/Paulo Whitaker
Caminhoneiros em 2018 organizaram greve em todo o país. REUTERS/Paulo Whitaker

Nereu Crispim, deputado federal (PSD-RS e presidente da frente parlamentar mista em defesa dos caminhoneiros autônomos e celetistas, disse nesta segunda-feira (31) que o ato de fechar estradas pelo país é ‘ideológico e não representa a categoria’.

Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste domingo (30), caminhoneiros bolsonaristas fecharam trechos de rodovias em pelo menos cinco estados para contestar o resultado das eleições.

Em entrevista ao UOL News, Crispim informou que as manifestações não representam os caminhoneiros."Esses atos que estão acontecendo desde ontem pelo Brasil não são pautas e essas pessoas não representam os caminhoneiros", afirmou o deputado.

O líder dos caminhoneiros ainda destacou que as verdadeiras pautas dos caminhoneiros vêm desde 2018 e contemplam o piso mínimo do frete, a mudança da política de preços da Petrobras, aposentadoria aos 25 anos [de serviço] e unificação dos documentos fiscais.

Além disso, o deputado ainda criticou Bolsonaro, dizendo que suas promessas para as eleições em 2018 não foram cumpridas.

"Lá em 2018 o então candidato Bolsonaro fez promessas que se fosse eleito iria resolver ou iria dar uma atenção para a pauta dos caminhoneiros, e na realidade nesses quatro anos ele não resolveu nada e está aí o resultado, de que ele não foi reeleito", citou Nereu.

Crispim também apontou como responsáveis pelas paralisações que acontecem desde ontem nas estradas são "pessoas ideológicas de extrema-direita" e disse que a frente parlamentar dos caminhoneiros enviou um ofício para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) pedindo que o direito de trabalhar dos caminhoneiros seja garantido.

O deputado federal salientou que essa frente parlamentar aceita a vitória de Lula nas urnas.

"A categoria dos caminhoneiros, através da frente parlamentar dos caminhoneiros, a qual eu represento, aceita o resultado das eleições. Ela quer que o Brasil saia desse ostracismo e desse pedido de intervenção militar", finalizou.