Libra e yields caem no Reino Unido com fim de aperto à vista
(Bloomberg) -- A libra e os yields dos títulos britânicos ampliaram sua queda, com apostas de que o Banco da Inglaterra está perto do fim de seu ciclo de aperto monetário.
A moeda caiu até 0,9%, para US$ 1,2265, depois que o BC do Reino Unido abandonou a indicação de que responderia agressivamente à inflação, se necessário, enquanto a elevação da taxa básica de juros em meio ponto percentual para 4% era esperada. O yield dos gilts de 10 anos caiu 0,23 ponto percentual para 3,08%, a maior queda desde outubro.
O governador do BOE, Andrew Bailey, ressaltou a mudança na linguagem do comunicado e disse que as autoridades viram os “primeiros sinais” de superação da inflação. Embora o mercado já esperasse a possibilidade de um tom mais dovish, a mudança nas perspectivas levou operadores a reduzirem as apostas nos próximos aumentos.
“A linguagem do comunicado apontou para aumentos menos agressivos à frente”, disse Valentin Marinov, chefe de pesquisa de moedas do G10 no Crédit Agricole. “O risco para a libra é que a decisão de hoje seja percebida como um aumento dovish e, portanto, menos favorável à moeda.”
A libra já estava atrás de seus pares antes da decisão, e a divisa britânica é negociada em seu nível mais fraco em relação ao euro desde setembro, quando despencou após a ex-primeiro-ministra Liz Truss abalou os mercados com seus planos econômicos. Os yields dos gilts, por outro lado, têm operado em queda em meio a preocupações com o crescimento econômico.
Os mercados monetários reduziram as apostas no pico de juros do BOE para o atual ciclo de aperto. Eles agora precificam 4,35%, contra 4,4% antes da decisão.
“Vimos uma mudança para melhor, mas é muito cedo e os riscos são muito grandes”, disse Bailey em entrevista coletiva após a decisão nesta quinta-feira. Ele acrescentou que é “muito cedo para declarar vitória. As pressões inflacionárias ainda estão aí” e o BOE teria que estar “absolutamente certo” antes de mudar de posição.
Os preços ao consumidor no Reino Unido saltaram 10,5% em dezembro em relação ao ano anterior, bem acima da meta de 2% do BOE.
--Com a colaboração de James Hirai e Libby Cherry.
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