Lembre os principais momentos da pandemia do coronavírus em Manaus
RIO — Manaus foi a primeira capital brasileira a sucumbir diante do coronavírus, ainda em abril. O sistema hospitalar e os cemitérios entraram em colapso. Foi a única que considerou — erroneamente — que estava livre da Covid-19, por supostamente ter atingido a imunidade de rebanho. Foi palco de protestos contra o fechamento do comércio, uma medida tomada país afora e rechaçada por bolsonaristas. Agora, é um cenário macabro das consequências da falta de políticas públicas contra a crise sanitária. Outro componente chama atenção dos pesquisadores — a chegada de uma nova cepa, que veio com turistas japoneses entre dezembro e janeiro, cujo indice de transmissibilidade ainda é alvo de estudos.
Veja como evoluiu a crise na cidade:
Abril/maio
A pandemia da Covid-19 provoca o colapso do sistema hospitalar de Manaus, cidade com dois milhões de habitantes que chegou a registrar mais de cem óbitos por dia e engarrafamento de carros de agências funerárias em frente aos cemitérios. Para dar conta do número de mortes, a cidade passa a fazer enterros em covas coletivas.
Junho
Pesquisa preliminar do Instituto de Medicina Tropical da USP, com colaboração da Universidade de Oxford, na Inglaterra, conclui que até 66% da população de Manaus foram expostos à Covid-19, e a cidade já teria, dessa forma, atingido o status de “imunidade de rebanho”.
Setembro
Internações por Covid-19 voltam a crescer. Nos meses seguintes, hospitais montam tendas externas para fazer triagem de pacientes.
23 de dezembro
O governador Wilson Lima (PSC) edita decreto proibindo a abertura de atividades não essenciais por 15 dias, por conta do avanço do coronavírus no estado.
27 de dezembro
Após uma série de protestos nas ruas, Lima volta atrás e permite reabertura do comércio.
4 de janeiro
Pressionado pelo aumento de casos, o governo estadual publica um novo decreto suspendendo atividades econômicas não essenciais por 15 dias.
12 de janeiro
Fiocruz confirma identificação de nova cepa da Covid-19 no Amazonas. A variante foi encontrada em Tóquio em quatro viajantes japoneses que haviam passado pelo estado entre dezembro e janeiro.
14 de janeiro
Acabam os estoques de oxigênio em diversos hospitais da cidade, e pacientes começam a morrer por asfixia.