Leilão de Eike Batista não recebe propostas formais e venda de títulos fracassa

Títulos foram ‘descobertos’ dentro do emaranhado de companhias criadas pelo empresário antes de sua derrocada (Photo by MAURO PIMENTEL / AFP)
Títulos foram ‘descobertos’ dentro do emaranhado de companhias criadas pelo empresário antes de sua derrocada (Photo by MAURO PIMENTEL / AFP)
  • Leilão de Eike Batista não recebeu propostas formais e acabou fracassando

  • Lance mínimo era de R$ 1,25 bilhão, dinheiro que seria suficiente para quitar boa parte dos débitos remanescentes

  • Motivo do fracasso seria uma incerteza em relação ao passivo tributário

O leilão judicial para vender títulos de dívida da mineradora Anglo American, empresa que adquiriu, em 2008, o projeto de mineração Minas-Rio, da mineradora MMX, que pertencia ao empresário Eike Batista, não recebeu propostas formais e acabou fracassando. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com informações do portal Terra e da Coluna do Broadcast, "os títulos foram ‘descobertos’ dentro do emaranhado de companhias criadas pelo empresário antes de sua derrocada. O lance mínimo do leilão que ocorreu nesta terça era de R$ 1,25 bilhão, dinheiro que seria suficiente para quitar boa parte dos débitos remanescentes".

Segundo a reportagem de O Estado de S. Paulo, "quatro envelopes foram entregues na semana passada, mas nenhum com uma proposta formal. Só houve meras sinalizações de interesse. Os quatro envelopes entregues foram do BTG Pactual, do Credit Suisse, e das gestoras estrangeiras OakTree e Vox Royalty".

O motivo do fracasso seria uma incerteza em relação ao passivo tributário, já que a União cobra R$ 3,5 bilhões da MMX, mas se trata de um débito passível de recurso e não há prazo para ser pago.

Relembre o que aconteceu com Eike

O empresário já foi considerado o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões (R$ 142 bilhões), e disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015.

Em 2013 ele perdeu o posto para Jorge Paulo Lemann, dono de marcas como Ambev e Burger King. No lugar, ele ganhou o título de "maior perdedor do ano", segundo a revista "Forbes", com perdas de US$ 2 milhões por hora (R$ 9 milhões)

As empresas "X", do grupo de Eike não cumpriram com o cronograma e deixaram de atingir metas. Isso preocupou o mercado e fez com que as ações passassem a cair na bolsa, diminuindo o patrimônio do ex-bilionário.

Em 2013, o empresário saiu do do ranking dos 15 mais ricos do país da Forbes Brasil. Depois, a Forbes internacional estimou que ele havia deixado de ser bilionário (pelo menos em dólares).

Posteriormente, a 3ª Vara Federal Criminal do Rio condenou Eike Batista a 11 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de manipulação do mercado de capitais e uso de informação privilegiada.