LEGO abre portas para a melhor era de Star Wars nos games
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LEGO Star Wars: A Saga Skywalker estreou neste mĂȘs de abril como a mais ambiciosa proposta baseada no universo de George Lucas para os videogames. O jogo nĂŁo Ă© perfeito â passe longe disso, mas mostra que a desenvolvedora TT Games ganhou sinal verde da conservadora Disney para adaptar, com muito bom humor, os nove filmes principais da franquia.
A Saga Skywalker cumpre a missĂŁo de contar uma histĂłria de 45 anos, revisitando os roteiros e atĂ© caçoando, em muitos momentos, da trama de Star Wars. O maniqueĂsmo dos personagens e as reviravoltas familiares da sĂ©rie sĂŁo relativizados como uma parĂłdia autorizada pela Disney, uma vez que a empresa do Mickey assina o projeto ao lado da publicadora Warner Games.
Tal liberdade no processo de adaptação surge como um Ăłtimo sinal para a temporada de jogos da galĂĄxia tĂŁo, tĂŁo distante que se anuncia. No final de 2020, a Disney reviveu a marca Lucasfilm Games e passou a licenciar Star Wars para a maior quantidade de estĂșdios de jogos possĂveis.
A Respawn, da publicadora EA, trabalha em uma sequĂȘncia para Jedi: Fallen Order, alĂ©m de um jogo de tiro de Star Wars. A Quantic Dream, de Detroit: Become Human, anunciou o projeto Star Wars Eclipse. A Skydance New Media desenvolve um jogo de aventura e ação no universo. JĂĄ a Ubisoft Massive, de Tom Clancy's The Division, trabalha em um jogo de mundo aberto sobre os Jedi.
Ainda teremos o projeto gråtis para jogar, Star Wars Hunters, e o remake de Star Wars: Knights of the Old Republic da Aspyr Media, de Civilization VI, entre outros. A enxurrada de projetos nasceu a partir de uma mudança interna na Disney, que passou a enxergar o mercado de games como parte fundamental da operação.
A volta de Star Wars aos videogames
Nem sempre foi assim. FĂŁs veteranos de Star Wars devem estranhar o nĂșmero de jogos da franquia. Em 2012, quando a Disney comprou a Lucasfilm, uma das primeiras decisĂ”es da companhia foi fechar o braço de licenciamento de jogos LucasArts e cancelar uma sĂ©rie de projetos de Star Wars que estavam em desenvolvimento, muitos deles promissores como o FPS 1313.
Na época, a ação foi interpretada como um recado conservador da empresa, que não sabia como investir em games e não estava disposta a abrir mão do controle absoluto de suas franquias em uma estratégia de licenciamento agressiva.
No lugar da Lucasfilm Games, a Disney investiu em um contrato de exclusividade com a EA, que produziu jogos como a sĂ©rie Star Wars: Battlefront e Jedi: Fallen Order â esse segundo tĂtulo, sofrendo bastante com sançÔes da empresa. A Disney impediu que desmembramentos fizessem parte da aventura e chegou a implicar que a palavra Jedi e conceitos do cinema fossem trabalhados no jogo. Em resumo, os desenvolvedores costumam citar em entrevistas, que tiveram que lutar muito para executarem o jogo que gostariam. E ainda bem que eles lutaram.
Jedi: Fallen Order nĂŁo Ă© sĂł incrĂvel, com um sucesso que vendeu mais de 10 milhĂ”es de cĂłpias. Os resultados do jogo, ao lado das crescentes receitas do mercado dos videogames (que ultrapassam as do cinema), acenderam uma lĂąmpada na cabeça da Disney. Atualmente, os videogames estĂŁo na mira da Disney.
Em entrevista Ă Forbes Brasil, Yonatan Politi, VP da ĂĄrea de Consumo, PublicaçÔes e Jogos da Disney, declarou que a empresa vĂȘ uma oportunidade de expansĂŁo no mundo dos games, nos prĂłximos anos:
âUma vez mais, com o consumidor em primeiro lugar, queremos expandir nossa presença em eventos focados para o pĂșblico gamer e desenvolver novos produtos para o estilo de vida gamer. E como este espaço gamer Ă© muito inclusivo, com uma presença cada vez maior de mulheres, o desenvolvimento de produto abrange uma sĂ©rie muito ampla de sub categorias de produtos e franquias para poder atender o interesse de cada consumidor."
Futuro de Star Wars nos Games
A aurora da nova era para Star Wars nos games não poderia ter melhor ponto de começo do que A Saga Skywalker. O primeiro grande projeto que estreou após o renascimento da Lucasfilm Games, jå mostra uma Disney disposta a dar liberdade para a adaptação dos jogos.
Se por um lado o jogo falha em equilibrar a jogabilidade linear com uma quantidade extensa de colecionĂĄveis, quebrando o ritmo da jogatina, por outro, a adaptação da trama Ă© de brilhar os olhos. A revisĂŁo crĂtica Ă histĂłria de Star Wars faz do jogo da TT Games a melhor forma de rever os filmes da franquia atualmente.
ImpossĂvel nĂŁo rir com a forma escrachada que o game adapta algumas cenas, como na aparição de um Darth Vader, parodiado pela prepotĂȘncia e burrice, ou o sentido esperançoso imprudente dos Jedi. Ă curioso como a filosofia Jedi, uma das partes mais sagradas de Star Wars, Ă© zombada no jogo. Cavaleiros como Qui-Gon, representam um Jedi que, de tĂŁo esperançosos que tudo vai dar certo, apresentam um comportamento "kamikaze good vibesâ.
A aventura Ă© grandiosa e parece sem limites. A Saga Skywalker tem a maior lista de personagens de Star Wars jĂĄ vista em um jogo baseado na franquia, com liberdade para brincar com cada canto da extensa galĂĄxia. DecisĂŁo que se mostrou mais uma vez acertada.
LEGO Star Wars: A Saga Skywalker vendeu 3,2 milhÔes de unidades globalmente em suas duas primeiras semanas e superou os recordes de vendas em todas as plataformas, regiÔes e ediçÔes, como o jogo LEGO mais vendido da história.
Se a Disney decidir seguir com a aparente liberdade que deu para a TT Games em A Saga Skywalker e ser menos a empresa conservadora que limitou o desenvolvimento de Jedi: Fallen Order, não só teremos muitos jogos de Star Wars nos próximos anos, como também poderemos ver a franquia ficar ainda melhor nos videogames, do que nas telonas.
Com informaçÔes de: Forbes Brasil
Fonte: Canaltech
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