Juro negativo pode ser nova arma russa para combater dólar, euro
(Bloomberg) -- Juros negativos sobre depósitos estão saindo de moda em um momento de disparada de inflação em todo o mundo, mas o banco central da Rússia disse que cobrar de clientes corporativos para manter seus dólares e euros pode ajudar a livrar o país de moedas estrangeiras.
Em seu relatório de estabilidade financeira publicado na terça-feira, o Banco da Rússia levantou a opção de introduzir as mudanças legais necessárias para possibilitar taxas negativas sobre depósitos em dólares e euros. O objetivo, disse, é acelerar o declínio da participação de moedas estrangeiras no setor bancário russo.
O debate surge depois que sanções sem precedentes ao banco central da Rússia pela invasão da Ucrânia o privaram de acesso a cerca de metade de seus ativos. O país também tenta evitar um possível calote da dívida soberana após o Tesouro dos EUA permitir que uma brecha nas sanções expirasse este mês, impedindo bancos e indivíduos americanos de aceitar pagamentos de títulos do governo russo.
Muito antes de iniciar a guerra no final de fevereiro, o presidente Vladimir Putin argumentou repetidamente que a Rússia precisa cortar a dependência do dólar como moeda de reserva global, um esforço que deu resultado.
Mesmo assim, as moedas fortes mantêm uma presença considerável nos balanços dos bancos russos.
A proporção de moedas estrangeiras nos passivos dos bancos estava em 24% em 1º de maio, uma queda de 1,2 ponto percentual desde fevereiro, disse a instituição. Quanto a ativos, aumentou efetivamente 3 pontos percentuais para 24% e representava cerca de 16% das carteiras de crédito dos bancos.
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