JPMorgan se junta a bancos que esperam Selic a 14% ou mais
(Bloomberg) -- O JPMorgan se juntou aos bancos que esperam que a taxa básica de juros do Brasil suba para pelo menos 14% este ano com estímulo fiscal e previsões de inflação mais altas na maior economia da América Latina.
Os dirigentes do Banco Central liderados por Roberto Campos Neto devem elevar a Selic em 0,5 ponto percentual em 3 de agosto e, em seguida, deixar a porta aberta para um aumento de 0,25 ponto percentual em setembro, disseram os analistas Cassiana Fernandez e Vinícius Moreira em nota. Eles previam anteriormente que o ciclo de aperto pararia no próximo mês.
“Embora continuemos convencidos de que a economia brasileira deve desacelerar acentuadamente, estamos menos convencidos do momento desse enfraquecimento”, escreveram.
A autoridade monetária dá os toques finais em sua campanha agressiva de aumentos de juros, com apostas dos analistas que uma desaceleração da atividade no final deste ano ajudará a domar a inflação de dois dígitos. Mesmo assim, os indicadores de emprego e os níveis de confiança mostram sinais de melhora. Além disso, as expectativas para os preços ao consumidor em 2023, que é o foco principal do BC, continuam aumentando.
“O momento é importante, principalmente para um banco central em busca de recuperar a credibilidade e controlar as expectativas de inflação de médio prazo que continuam teimosamente em alta, em conjunto com núcleo da inflação alto e a desancoragem fiscal”, disseram os analistas do JPMorgan.
Atrás nas pesquisas de opinião para as eleições de outubro, o presidente Jair Bolsonaro recebeu aprovação do congresso para um programa social de bilhões de reais que inclui mais auxílio aos pobres. Os recentes cortes de impostos sobre combustíveis ajudaram a reduzir os custos de transporte em julho, embora os preços possam aumentar ainda mais.
Em meio à pressão por estímulo fiscal, bancos, incluindo o Credit Suisse, Santander e BNP Paribas, apostam em pelo menos mais uma alta após a próxima reunião mês que vem. Alguns esperam que o ciclo se estenda até outubro. O mercado também aposta em aumentos menores depois de agosto.
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