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IPCA-15 de fevereiro acelera para 0,76%, acima do esperado

***ARQUIVO*** SÃO PAULO, SP, - Clientes observam produtos em loja de calçados em shopping de São Paulo . (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)
***ARQUIVO*** SÃO PAULO, SP, - Clientes observam produtos em loja de calçados em shopping de São Paulo . (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Pressionada por reajustes na área de educação, a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou para 0,76% em fevereiro.

A taxa veio após avanço de 0,55% em janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O novo resultado ficou acima das estimativas do mercado. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 0,72% neste mês.

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 registrou inflação de 5,63% até fevereiro. Nesse recorte, houve perda de fôlego, já que a taxa estava em 5,87% até o mês anterior.

EDUCAÇÃO TEM MAIOR ALTA DESDE 2004

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 tiveram alta de preços em fevereiro. A maior variação e o maior impacto no IPCA-15 vieram do segmento de educação.

O grupo subiu 6,41% no mês. É a taxa mais elevada para fevereiro desde 2004 (6,89%). Houve influência de 0,36 ponto percentual no índice.

Em educação, a principal pressão veio dos cursos regulares (7,64%), que subiram em razão dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, disse o IBGE.

As maiores variações nos cursos foram registradas por ensino médio (10,29%), ensino fundamental (10,04%), pré-escola (9,58%) e creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também mostraram altas.

O ramo de educação havia sofrido com as restrições da pandemia. A partir da vacinação contra a Covid-19, conseguiu retomar atividades presenciais.

Na sequência dos grupos, aparecem habitação (0,63% e 0,10 ponto percentual) e alimentação e bebidas (0,39% e 0,08 ponto percentual). Vestuário foi o único segmento que recuou em fevereiro (-0,05%), após avanço em janeiro (0,42%).

O índice oficial de inflação no Brasil é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também divulgado pelo IBGE. Como a variação do IPCA é calculada ao longo do mês de referência, o dado de fevereiro ainda não está fechado. Será conhecido no dia 10 de março.

O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços. Sua variação contempla a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, a coleta dos preços ocorreu de 13 de janeiro a 10 de fevereiro.

LULA E BC

Em 12 meses, o IPCA-15 (5,63%) está acima da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para o IPCA em 2023. O centro da meta é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,75%) ou para baixo (1,75%).

A alta prevista pelo mercado financeiro para o IPCA é de 5,89% no acumulado de 2023, de acordo com o boletim Focus publicado na quarta-feira (22) pelo BC. Se o resultado for confirmado, este será o terceiro ano consecutivo de estouro da meta.

O BC vem mantendo a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A Selic em nível elevado busca esfriar a demanda por bens e serviços, em uma tentativa de conter os preços e ancorar as expectativas de inflação.

O efeito colateral esperado é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores.

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empilhou uma série de críticas à atuação do BC e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Lula afirmou que o patamar da Selic é uma "vergonha", chamou a autonomia do BC de "bobagem" e se referiu a Campos Neto como "esse cidadão".

O petista também defendeu uma flexibilização na meta de inflação, na expectativa de abrir espaço para o corte dos juros, apesar de parte dos economistas considerar que o efeito concreto seria o oposto, por ampliar incertezas.

PERDA DE RITMO LENTA

O banco Original prevê IPCA de 0,78% em fevereiro com a pressão dos reajustes de educação. Assim, o índice caminharia para a casa de 6% no acumulado do ano até dezembro.

Em março, o IPCA tende a subir 0,61%, segundo o Original. A previsão já leva em conta o possível efeito da volta da cobrança de tributos federais sobre combustíveis, conforme Eduardo Vilarim, economista do banco.

Ele avalia que a inflação de serviços tende a arrefecer de maneira lenta ao longo do ano. "É uma inflação que demora a desacelerar", afirma Vilarim.

Na visão dos economistas da Terra Investimentos, os dados do IPCA-15 são preocupantes porque reforçam o "quadro de resiliência da inflação corrente".

A instituição considera que uma eventual retomada do debate sobre a alteração das metas seria fonte de pressão sobre as expectativas. A projeção da Terra Investimentos é de IPCA de 0,83% em fevereiro e de 6,6% no acumulado do ano.

Para o Itaú Unibanco, a leitura do IPCA-15 deste mês veio "próxima do esperado e não indica viés para o IPCA fechado para o mês ou para o ano de 2023".

"Reajustes de cursos pressionaram a leitura de hoje [sexta-feira], como esperado", indicou relatório de economistas do banco. O Itaú projeta alta de 6,3% para o IPCA em 2023 e de 4,2% em 2024.