Investidores favorecem ações de emergentes, mas não da China
(Bloomberg) -- Investidores em fundos negociados em bolsa nos EUA mais uma vez favorecem ações de mercados emergentes, desde que não sejam da China.
O iShares MSCI Emerging Markets ex China ETF, que investe em ações de todos os países em desenvolvimento, menos da segunda maior economia do mundo, recebeu ingressos líquidos de US$ 148 milhões na semana passada. Foi a quinta semana consecutiva de fluxo positivo e o maior volume em cinco meses para o fundo, cujas maiores participações incluem Taiwan Semiconductor Manufacturing, a indiana Reliance Industries e a brasileira Vale.
Enquanto isso, os ETFs que compram exclusivamente ações chinesas continuam a enfrentar uma seca de dinheiro novo.
A recuperação econômica incerta da China, as crescentes tensões geopolíticas e os riscos regulatórios esfriaram o entusiasmo dos investidores por ações chinesas, mesmo em um momento em que múltiplos de preço baixos e melhores perspectivas de crescimento atraem alguns investidores de volta aos mercados emergentes. O índice MSCI China tem tido desempenho pior que o indicador equivalente para o restante dos mercados emergentes desde o final de janeiro.
“Os desafios que ofuscam a economia chinesa são imensos e têm sérias implicações para os fluxos internacionais de capital, bem como para a alocação doméstica de capital, onde vemos um risco crescente de estagnação econômica ao estilo do Japão”, disse Ashish Chugh, gestor de recursos da Loomis Sayles, em Boston. “O endividamento excessivo do setor imobiliário e dos governos locais é um grande obstáculo para o crescimento e para solvência de longo prazo.”
Por outro lado, o ETF que exclui ações da China subiu em seis das últimas sete semanas e não teve uma única semana de fluxos negativos desde 7 de outubro. Os investidores despejaram US$ 639 milhões no fundo, que agora tem US$ 3,8 bilhões de recursos, com fluxos positivos mesmo durante a queda dos ativos de mercados emergentes em fevereiro e abril. O fundo, que só investe em renda variável, destinou 21% de seus recursos para Taiwan, 20% para a Índia, 17% para a Coreia do Sul e 7,4% para o Brasil.
Em contraste, o iShares MSCI China ETF não teve um único dia de fluxo positivo desde 30 de janeiro.
Outros fundos negociados em bolsa focados em China, como o Xtrackers Harvest CSI 300 China A-Shares ETF e o iShares China Large-Cap ETF, também não atraem novos depósitos há várias semanas.
Dados mais amplos sobre fluxos de ETFs confirmam que os investidores em mercados emergentes parecem estar evitando a China. De acordo com cálculos da Bloomberg, os fundos de ação de países em desenvolvimento receberam US$ 223 milhões em novos depósitos na semana até 5 de maio, com os maiores fluxos indo para México, Taiwan, Índia e Coreia do Sul. A China teve fluxo negativo, tanto em renda variável quanto renda fixa.
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