Insatisfação dos caminhoneiros cresce em meio a CPI da Petrobras

Líder dos caminhoneiros afirma que Bolsonaro quer colocar a população brasileira contra a Petrobras
Líder dos caminhoneiros afirma que Bolsonaro quer colocar a população brasileira contra a Petrobras
  • Líder dos caminhoneiros afirma que Bolsonaro quer colocar a população brasileira contra a Petrobras;

  • Landim afirmou que única solução possível para o preço dos combustíveis é a revogação da PPI;

  • Abertura de CPI é uma "cortina de fumaça", disse Nereu Crispim (PSD-RS).

Em um movimento para aplacar o descontentamento com o preço dos combustíveis no país, o governo federal decidiu finalmente apoiar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os sucessivos aumentos no preço de venda da Petrobras.

No entanto, diversos setores populares afirmam que, devido ao atraso para combater a escalada dos preços, a manobra tem caráter eleitoreiro e visa enganar a população.

Uma das lideranças mais fortes a se posicionar contra o governo nesse tópico é Wallace Landim, conhecido como Chorão. O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), afirmou que o presidente Bolsonaro mentiu e agora quer colocar a categoria e o povo brasileiro contra a Petrobras", afirmou o caminhoneiro nesta terça-feira (21) ao Estadão.

Já o deputado federal e antigo aliado de Bolsonaro, Nereu Crispim (PSD-RS), coordenador da frente parlamentar mista do caminhoneiro, afirmou que a CPI da Petrobras que o governo quer abrir é "uma cortina de fumaça". Crispim no passado já havia tentado criar outras duas CPIs, uma em setembro de 2021 e outra em março deste ano, mas não obteve êxito.

Dentre as medidas estudadas por membros do governo para a redução do valor dos combustíveis, a principal é a redução do ICMS nos combustíveis. Entretanto, Chorão afirma que na hora de fazer as contas a redução não afeta em nada o preço final.

Estimada em 17%, a redução seria insuficiente para cobrir somente o último aumento no diesel, de 14%, ainda mais com uma defasagem de 9% no preço do diesel atual, o que significaria um novo reajuste no futuro próximo. Para Chorão, a única forma de resolver a questão é a revogação do PPI, medida que está fora das considerações de Bolsonaro.