Ingenuity faz 29º voo em Marte mesmo após perder um de seus sensores de direção
O helicóptero Ingenuity, da NASA, realizou seu 29° voo em Marte no fim de semana passado. É a primeira vez que a pequena aeronave decola após perder um sensor de direção, equipamento fundamental para os voos.
A aeronave se manteve no ar por 66,6 segundos, percorrendo uma distância de 179 metros a uma velocidade de 5,5 m/s, em direção ao sudoeste da cratera Jezero para ficar mais próximo do rover Perseverance.
The #MarsHelicopter successfully completed Flight 29 over the weekend, its first since the start of winter operations at the end of April. On this 66.6-second flight, Ingenuity traveled at 5.5 m/s for 179 m.
How the team has adapted to recent challenges: https://t.co/N8RLXGF99B pic.twitter.com/A2wAFELEIZ— NASA JPL (@NASAJPL) June 14, 2022
Há alguns dias, a equipe da missão observou que quantidades crescentes de poeira combinadas com temperaturas diurnas mais baixas e dias mais curtos estão reduzindo a produção de energia do helicóptero, que passou a ser desligado durante a noite. No entanto, esta operação oferece grande risco aos componentes, que não foram projetados para sobreviver a tamanho frio: a temperatura interna da aeronave cai para 112 °C negativos.
Inclinômetro simulado
Recentemente, enquanto a equipe realizava uma série de verificações na aeronave antes de um novo voo, ela notou que um inclinômetro parou de funcionar. Para voar em Marte, o Ingenuity se vale de três sensores: uma unidade de medida inercial (IMU), que mede acelerações e inclinação em três eixos; um telêmetro a laser, que mede a distância até o chão; e uma câmera de navegação, que faz fotos do solo abaixo.
Os dados de todos estes sensores são processados por algoritmos no computador de navegação do helicóptero. Mas, para que estes algoritmos funcionem, eles precisam de uma estimativa de atitude e inclinação do Ingenuity. E a inclinação é fornecida pelo inclinômetro, parte da IMU, que parou de funcionar.
O Ingenuity não precisa do inclinômetro em si para voar, mas, sem ele, seria preciso encontrar outra maneira de inicializar os algoritmos de navegação antes da decolagem. Felizmente a equipe conseguiu fazer uso criativo da IMU para fornecer os dados que faltam, permitindo que o helicóptero remote os vôos.
Fonte: Canaltech
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