Inflação de abril na Argentina segue acima de 7% ao mês e mantém incertezas sobre ajuda do FMI

AP - Natacha Pisarenko

O Instituto de Censos e Estatísticas (Indec) da Argentina anuncia, nesta sexta-feira (12), o índice de inflação do mês de abril que aproxima o país dos dois dígitos mensais, a cinco meses das eleições gerais de outubro. Para evitar um colapso, a economia argentina volta a depender de um novo e salvador empréstimo do FMI, que exige uma desvalorização da moeda.

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A estimativa média do mercado para a taxa de inflação de abril é de 7,5%, segundo a pesquisa mensal do Banco Central argentino. A cifra é semelhante à de março, com 7,7% cuja reação do mercado desatou uma corrida cambial durante abril.

A base do aumento mensal de preços na Argentina já é 7%, com tendência de crescimento aos dois dígitos mensais.

“O prazo para que a inflação atinja a casa dos dois dígitos mensais está associado à evolução ou não de uma negociação com o Fundo Monetário Internacional. Um acordo evitaria esse cenário. Do contrário, entre agosto e outubro, isto é, entre as eleições primárias e o primeiro turno, poderemos estar nesse cenário”, explica à RFI Gustavo Marangoni, diretor da consultora M&R.

"Sem dúvida, o acordo com o FMI é crucial para a Argentina. Disso depende em grande parte que a crise econômica e cambial que nosso país vive não se acelere”, afirma Marangoni, cientista político e ex-presidente do segundo maior banco do país, o Banco Provincia, e considerado um dos analistas que melhor conjuga a economia com a política argentina.

Pressão por desvalorização

Não há mais dólares no caixa argentino. As reservas disponíveis do Banco Central já são negativas em cerca de US$ 1 bilhão.

Dinheiro acabou


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