Impasse nos EUA impulsiona proteção cambial com franco e real

(Bloomberg) -- Com o impasse político que ameaça arrastar a maior economia do mundo para um calote de dívida, os investidores buscam proteção cambial não só no tradicional franco suíço, mas também no real brasileiro.

O franco, muitas vezes visto como uma alternativa de porto seguro em relação ao dólar, tem um histórico de bom desempenho quando os legisladores americanos se desentendem sobre o teto do endividamento federal. É por isso que, durante o confronto mais recente, operadores de câmbio vem usando o franco e outras moedas como o real para se proteger contra oscilações fortes e perdas vinculadas às suas exposições ao dólar.

“O teto da dívida é a principal preocupação dos mercados neste momento”, disse Meera Chandan, codiretora de estratégia de câmbio do JPMorgan em Londres.

A ansiedade aumentou. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou na segunda-feira que os EUA correm o risco de ficar sem fundos suficiente para cumprir com vencimentos já em 1º de junho. As distorções de preços no mercado de títulos de curto prazo do Tesouro apontam para riscos particularmente intensos entre o início de junho e agosto.

A demanda por hedging para o mesmo período também aumentou.

Em 2011, quando o governo americano se aproximou de um default, o franco suíço subiu quase 7% em relação ao dólar no mês que antecedeu o acordo do final de julho que evitou o calote, o melhor desempenho na época entre as 31 principais moedas monitoradas pela Bloomberg.

É provável que essa tendência retorne à medida que o risco de default dos EUA aumenta, de acordo com o JPMorgan.

Desta vez, outras moedas também ganham destaque. Para Mark McCormick, diretor global de estratégia cambial do Toronto Dominion Bank, disse que o iene japonês, o yuan chinês e o real brasileiro estão entre os melhores hedges contra os riscos do teto da dívida dos EUA.

O yuan e o real, disse, “oferecem o beta certo” para os mercados de ações. A moeda brasileira também oferece um bom carry trade, segundo McCormick.

--Com a colaboração de Anya Andrianova.

More stories like this are available on bloomberg.com

©2023 Bloomberg L.P.