iFood teria adotado práticas anticoncorrenciais no mercado de VR, diz Cade
Aplicativo de delivery foi acusado de práticas de concorrência desleal
Ifood Benefícios utilizaria informações de clientes da plataforma para vender o serviço
Empresa estaria favorecendo o produto que criou em detrimento de outros vale-refeições
Parece que o Ifood enfrentará mais um problema na justiça. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) iniciou uma investigação sobre possíveis práticas anticoncorrenciais do IFood.
O processo alega uma série de condutas que poderiam ferir a competição do mercado por parte da plataforma de delivery e vale-refeição após denúncia relatada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).
Empresas como Sodexo, Alelo e Ticket são representadas pela entidade, que entregou a representação ao Cade. Apesar do documento ter chegou ao órgão em março, apenas nesta semana a denúncia se tornou pública.
O Ifood estaria adotando três práticas que a ABBT considera prejudiciais ao mercado. A primeira seria a vantagem de mercado por acesso a dados de clientes, como preferência e frequência de pedidos e meios de pagamento utilizados.
A plataforma estaria utilizando essas informações para apresentar o Ifood Benefícios, serviço da empresa de vale-refeição e vale-alimentação, para possíveis contratantes. Em nota enviada ao jornal O Globo, o IFood afirmou que a entrada no setor amplia a competição e beneficia os restaurantes, supermercados e trabalhadores por dar mais uma opção de produto.
Além disso, a companhia também estaria dotado práticas de subsídio cruzado, como cashback e descontos, que configuraria em vantagens impossíveis de serem adotadas pelos concorrentes.
“A prática do subsídio cruzado é problemática quando o poder de mercado da empresa que o pratica é utilizado para fixar preços diferentes para o mesmo produto ou serviço, discriminando-os entre compradores, de forma a se apropriar de parcela do excedente do consumidor e, assim, elevar os seus lucros sem razões econômicas claras”, afirma a representação.
A última acusação é quem o IFood adota a prática de “self-preferecing”, que facilita o cadastro do IFood Benefícios como meio de pagamento em estabelecimentos em detrimento de outro vale-refeição.
Mesmo abrindo o inquérito, o Cade não atendeu ao pedido da ABBT de adotar medidas preventivas que suspenderiam as práticas adotadas pelo Ifood.