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Ianomamis: AGU afirma que indígenas foram 'abandonados à própria sorte'

Diante da grave crise sanitária que atinge os povos Ianomamis, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta quarta-feira que os indígenas foram "abandonados à própria sorte" e que houve um "projeto de omissão" do governo Jair Bolsonaro. Ele anunciou a criação de um grupo na AGU para cuidar da questão.

— Os indígenas foram abandonados à própria sorte. A verdade é essa. Havia um projeto, no governo anterior, de omissão. Se era deliberada ou não, as investigações vão revelar — afirmou Messias, durante café da manhã com jornalistas.

O grupo anunciado pelo advogado-geral estará subordinada à recém-criada Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, chefiada pela procuradora federal Mariana Barbosa Cirne, e atuará na defesa de todos os povos indígenas.

De acordo com Mariana Cirne, a AGU está em contato com servidores que atuam na área para elaborar uma ação.

— A gente já começou a conversar com todos os procuradores e advogados que estão nessas áreas, que estão apoiando os gestores, para que a gente possa, nas próximas semanas, dar uma resposta.

Na última sexta-feira, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no Território Yanomami. No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi até Roraima com a comitiva de ministros para acompanhar a situação.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 570 crianças morreram no local nos últimos quatro anos por causas evitáveis, como malária e inanição. Equipes da Força Nacional do SUS foram enviadas ao local para atender os indígenas emergencialmente.