Guerra da Ucrânia: morador relembra tomada de Mariupol pela Rússia, que completa um ano

AP - Evgeniy Maloletka

No dia 20 de maio de 2022, após a conquista dos portos de Berdiansk e de Kherson, as forças russas atacaram Mariupol. A cidade de 44 mil habitantes situada à beira do mar Azov foi cercada durante longas semanas antes da ofensiva final, qualificada pela União Europeia de "crime de guerra". Mais de 20 mil pessoas teriam morrido nos combates, mas o balanço real é desconhecido.

Heike Schmidt, da RFI

Quando as bombas começaram a cair em Mariupol, em 2 de março de 2022, a população buscou refúgio nos porões. Em poucos dias, em pleno inverno, faltava água, eletricidade e calefação nas casas.

Os bombardeios continuaram e no dia 9 de março um ataque russo atingiu uma maternidade. A imagem de uma mulher grávida ferida, em cima de uma maca, chocou o mundo e se tornou um dos símbolos da violência perpretada contra a população civil. Ela não sobreviveu aos ferimentos.

Sete dias mais tarde, a aviação russa bombardeou um teatro onde estavam refugiados centenas de habitantes. "É impossível receber medicamentos e mantimentos", denunciou na época o presidente Volodymyr Zelensky, acusando a Rússia de bloquear a ajuda humanitária.

O cerco russo provocou a fuga de dezenas de milhares de habitantes, que deixaram a cidade em operações de retirada arriscadas, sem garantias de segurança.

Destruição


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