Guedes e sindicalistas trocam farpas sobre Petrobras
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- PETR4.SA
BRASĂLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ato de entrega do pedido oficial de inĂcio dos estudos para a privatização da Petrobras e da PPSA (PrĂ©-Sal PetrĂłleo S.A.) terminou em desentendimento entre sindicalistas e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na manhĂŁ desta quinta-feira (12).
O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, se reuniu com Guedes na sede da Economia para apresentar um ofĂcio solicitando os estudos, e ao fim do encontro ambos desceram Ă portaria para falar Ă imprensa.
Um pequeno grupo de manifestantes interrompeu as declaraçÔes dizendo que a privatização da empresa seria "um crime contra o povo brasileiro", o que o ministro da Economia rebateu afirmando que não queria falar "de quem roubou a Petrobras, assaltou a Petrobras".
"Eu queria que todos soubessem que nós sempre respeitamos, estamos em uma democracia, nós respeitamos os vencedores das eleiçÔes. Quando alguém... eu não quero falar de quem roubou a Petrobras, assaltou a Petrobras. Durante anos roubaram, foram condenados. Eu não quero falar isso. Eu quero simplesmente receber, como um programa de governo que teve 60 milhÔes de votos, receber aqui o pedido do novo ministro de Minas e Energia e encaminhar o processo", disse Guedes.
Em seguida, os sindicalistas afirmaram que a privatização da companhia seria a "destruição do patrimÎnio do povo brasileiro", ao que o ministro da Economia novamente respondeu: "Nós vamos devolver ao povo brasileiro o que é deles."
O grupo de sindicalistas estava nos arredores do Ministério da Economia pedindo reajustes salariais. A mesa de negociação foi a primeira reivindicação feita a Guedes, que respondeu ainda em tom de diålogo que o secretårio especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, estava se reunindo com as categorias.
A tensão aumentou quando Sachsida citou os estudos para a privatização da Petrobras.
"Aqui estĂĄ o meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia, a solicitação formal para que se iniciem os estudos que visam ao começo do processo de desestatização da PPSA e da Petrobras. Espero que no perĂodo mais rĂĄpido de tempo possĂvel nĂłs tenhamos essa resolução pronta e levamos para o presidente Jair Bolsonaro assinar esse decreto e começar esse processo", afirmou.
O novo ministro disse ainda que a medida promoveria "a libertação do povo brasileiro contra os monopólios".
Em relação ao pedido do MME, o ministro da Economia disse que pretende dar celeridade ao processo.
"Eu encaminho imediatamente para a secretaria especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) para que faça uma resolução ad referendum [para] que iniciem os estudos. Isso deve ser feito hoje mesmo, e nĂłs vamos dar sequĂȘncia aos estudos para PPSA e depois entĂŁo o caso da Petrobras", disse Guedes.
As decisÔes do PPI são tomadas no ùmbito do conselho de ministros, mas questÔes urgentes ou de relevante interesse podem ser alvo de deliberação ad referendum, ou seja, sem prévia votação colegiada. A decisão, porém, precisa ser validada na primeira reunião subsequente do conselho.