Guedes afirma que pior momento da inflação já passou: "saímos do inferno"
Mercado prevê uma inflação se aproximando dos 8% ao final do ano
Inflação do mês de abril marcou em 1,06%, maior desde 1996 para o mês;
Guedes aproveitou a oportunidade para destacar o caráter global do problema.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (19), que o país já passou do pior momento da inflação, confirmando também que é natural que ele continue no cargo caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito. A fala do ministro foi realizada durante um evento em São Paulo pela Arko Advice e pelo Traders Club.
Guedes aproveitou a ocasião para ressaltar o caráter global da inflação, destacando outros países que também estão sofrendo com o mesmo mal. “Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter dois dígitos [acima de 10%] já já. Eles estão indo para o inferno", afirmou o ministro.
O Brasil, no entanto, na visão de Guedes já atingiu o pico de sua inflação e deve começar a se recuperar. "Nós já saímos do inferno, conhecemos o caminho e sabemos como se sai rápido do fundo do poço", declarou. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no mês de abril registrou uma alta de 1,06%, a maior para o mês desde 1996, uma tendência que vem se repetindo em todos os meses deste ano.
De acordo com o mercado financeiro e analistas do Banco Central, o ano de 202 deve fechar com uma inflação de 7,89%, mais do que o dobro do que a meta de 3,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabeleceu também uma margem de 1,5% para cima e para baixo. Isto quer dizer que a meta poderia ser considerada cumprida caso a inflação ficasse entre 2% e 5%.