Venda do Twitter a Elon Musk preocupa grupos de Direitos Humanos
Compra pode fazer com que o discurso de ódio cresça na plataforma
Negociação gira em torno de US$ 44 bilhões (R$ 214 bi)
Twitter anunciou que não vai permitir que anunciantes estejam contrários ao consenso científico sobre as mudanças climáticas
A compra do Twitter feita pelo bilionário Elon Musk gerou uma polêmica grande em todo mundo. Agora, chegou a vez de Grupos de direitos humanos apresentarem preocupação com isso. O principal motivo é que essa compra pode fazer com que o discurso de ódio cresça na plataforma.
"A última coisa que precisamos é de um Twitter que voluntariamente feche os olhos para discursos violentos e abusivos contra usuários, particularmente aqueles mais afetados desproporcionalmente, como mulheres, pessoas não-binárias e outros", disse, à Reuters, Michael Kleinman, diretor de tecnologia e direitos humanos da Anistia Internacional nos Estados Unidos.
Negócio bilionário
O negócio de quase US$ 44 bilhões (R$ 214 bi) recebeu o aval da diretoria do Twitter. O valor de mercado atual do Twitter está na casa dos US$ 37 bilhões (cerca de R$ 174 bilhões).
Em comunicado, Musk falou: “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade.”
No documento, Musk ainda diz que a plataforma deveria se tornar de capital fechado para serem realizadas as mudanças que considera importante para a companhia atualmente, o Twitter é uma empresa de capital aberto com diversos acionistas. "Desde que investi no Twitter, percebi que a companhia não prosperará nem servirá a este imperativo social da forma como está", afirma.
Twitter bloqueia anúncios com negacionismo climáticos
O Twitter anunciou que não vai permitir que anunciantes estejam contrários ao consenso científico sobre as mudanças climáticas. As informações foram divulgadas após a União Europeia firmar um novo acordo exigindo que as grandes empresas de tecnologia examinassem seus próprios sites mais detalhadamente, em busca de “discurso de ódio, desinformação e outros conteúdos nocivos”, segundo a Associated Press.
Em comunicado oficial, a empresa disse que “Os anúncios não devem prejudicar conversas importantes sobre a crise climática”.
Apoiado pela ONU, os relatórios do painel científico sobre ondas e efeitos das mudanças climáticas fornecem a base negociações internacionais para conter os efeitos adversos da ação dos humanos no meio ambiente.