Governo dança no ritmo da direita conservadora que manda no Congresso em pautas ambientais, diz especialista

AP - Eraldo Peres

Várias derrotas no Congresso evidenciaram fragilidade política do governo que, na hora H, rifou pontos importantes da agenda ambiental, enfraquecendo Marina Silva. Ambientalistas cobram mais empenho da articulação política de Lula e analista fala em pragmatismo do presidente.

Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

Apesar de o presidente ter minimizado as derrotas da semana no Congresso, dizendo que “era a coisa mais normal”, um dos setores cruciais na apertada vitória do petista sobre Bolsonaro na eleição está insatisfeito e acha que o Executivo precisa se empenhar mais quando a pauta é o meio ambiente.

“O governo cedeu cargos, cedeu ministérios. Mesmo assim essa base não tem votado com o governo. Então a gente espera que daqui para a frente o governo entre em campo e que isso não tenha que passar pela negociação dos direitos indígenas e dos direitos ambientais, porque a gente vê que, na hora do aperto, essas são as primeiras pautas que todo mundo negocia. A pauta das minorias. Quem votou no Lula espera justamente o estancamento desse tipo de negociação”, afirmou à RFI a advogada Juliana de Paula Batista, do Instituto Sócio-Ambiental (ISA).

O analista político Leonardo Barreto, diretor da agência de risco regulatório Vector Research, afirma que o governo dança no ritmo da direita conservadora que manda no Congresso, e que isso ficou claro na diferença com que a coordenação política de Lula tratou as questões fiscal e a ambiental.


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