Google explica como pretende usar IA para resolver problemas sociais
O Google publicou uma lista com sete objetivos que pretende alcançar a partir do uso da inteligĂȘncia artificial para solucionar problemas sociais. SĂŁo questĂ”es relacionados a "desafios da sociedade", como doenças, desastres naturais e oportunidades para minorias ou grupos carentes.
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Algumas dessas soluçÔes jĂĄ foram apresentas pela companhia, enquanto outras estĂŁo em desenvolvimento. A parte interessante disso Ă© notar como as IAs podem impactar positivamente o cenĂĄrio socio-econĂŽmico mundial nos prĂłximos anos â ao menos em teoria.
Um exemplo Ă© o programa de previsĂŁo de enchentes chamado FloodHub. Essa tecnologia foi apresentada pelo Google no final de novembro aqui no Brasil, em parceria com o Serviço GeolĂłgico do Brasil (SGB), embora jĂĄ tenha sido usada em mais partes do globo. O algoritmo consegue calcular possĂveis cheias em ĂĄreas prĂłximas a rios antes mesmo das chuvas chegarem no local.
Isso dĂĄ algum tempo para as autoridades agirem com mais antecedĂȘncia para minimizar os impactos nos moradores da regiĂŁo. O serviço foi implementado na Busca e no Mapas, possibilitando que as pessoas recebam alertas nos seus celulares quando houver perigo.
Meio ambiente deve ser beneficiado
Na mesma linha, o Google possui um modelo de IA capaz de detectar focos de incĂȘndios florestais em tempo real. Ă possĂvel identificar os locais exatos tambĂ©m pela Busca e pelo Maps, o que permite ao Corpo de Bombeiros e as demais autoridades atuarem para combater o fogarĂ©u que destrĂłi o bioma local.
Segundo dados do Google, a tecnologia ajudou a impedir a propagação de mais de 30 incĂȘndios ocorridos nos Estados Unidos e no CanadĂĄ. A IA foi expandida para o MĂ©xico e para algumas partes da AustrĂĄlia, mas ainda nĂŁo tem previsĂŁo de chegar ao Brasil.
Outro exemplo de aplicação prĂĄtica de uma IA Ă© o combate a surtos de gafanhotos na Ăfrica. Um modelo consegue antecipar e identificar o surgimento de pragas para que os agricultores atuem preventivamente. Segundo o Google, isso promoveu uma redução de 20% na pulverização de pesticidas, afetando bem menos o ambiente, e um aumento de 26% na margem de lucro dos agricultores.
SaĂșde das pessoas
Uma aplicação de IA que muitos desejam ver Ă© a otimização da saĂșde para proporcionar melhor qualidade de vida. A Gigante das Buscas diz estar trabalhando com a Northwestern Medicine, empresa sem fins lucrativos dos Estados Unidos, para desenvolver uma solução capaz de identificar problemas, a partir de exames de ultrassom, em mulheres grĂĄvidas.
A ideia Ă© permitir a detecção prĂ©via e com precisĂŁo de casos delicados onde a vida do bebĂȘ e das mĂŁes estĂŁo em risco. Isso permitiria aos profissionais de saĂșde oferecerem exames prĂ©-natais mais eficazes, reduzindo assim a mortalidade materna em paĂses mais pobres, onde mĂ©dicos trabalham com poucos recursos financeiros e tecnolĂłgicos.
Em mais um exemplo mencionado, o Google ressaltou o projeto Relativo. Trata-se de uma iniciativa para ajudar pessoas com problemas na fala a serem compreendidas: a IA transcreve fala em texto e usa uma voz sintetizada para reproduzir a expressĂŁo.
A tecnologia funciona de modo parecido com a usada por Stephen Hawking, porém sem a necessidade de ter um computador pessoal adaptado. Ela rodaria diretamente em um celular com Android e teria conexão com o Google Assistente para executar tarefas båsicas de uma casa inteligente, como acender luzes, ligar aparelhos ou ativar uma rotina.
E o lado negativo da coisa?
Em todos os casos apresentados, o Google exibe modelagens de algoritmo usando inteligĂȘncia artificial para criar algo. A empresa ainda nĂŁo falou, contudo, sobre modelos mais complexos, voltados para a execução de tarefas abrangentes ou para responder a dĂșvidas das pessoas.
Ontem (17), a DeepMind, empresa do grupo Alphabet (proprietĂĄrio do Google), anunciou que pretende lançar uma inteligĂȘncia artificial concorrente do ChatGPT em breve. A promessa Ă© de o chatbot ser mais seguro e ainda oferecer uma espĂ©cie de serviço de assistente integrado a serviços.
Embora a Gigante das Buscas costume fazer alguns serviços voluntĂĄrios, persiste a dĂșvida de como se pretende lucrar com tais soluçÔes. Afinal, uma empresa precisa obter retorno financeiro para subsidiar os trabalhos dos pesquisadores, desenvolvedores e custos operacionais.
A maioria das IAs exige a realização de interaçÔes com humanos, então também existe um problema relacionado à privacidade das pessoas. Como os dados individuais serão tratados? E se houver uma interceptação indevida das informaçÔes pessoais? Uma IA pode ser hackeada para uso fora da sua proposta? Essas são apenas algumas das questÔes que deverão ser respondidas nos próximos anos.
Fonte: Canaltech
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