Gasolina e salário mínimo: Publicação cita valores imprecisos sobre poder de compra
Usuários compartilham uma comparação do poder de compra da gasolina com um salário mínimo em 2000 e 2022
De acordo com os dados virais, em 2000, o poder de compra era de 78 litros e em 2022, de 173 litros
Em 2000, porém era possível comprar cerca de 110 litros
Uma publicação circula nas redes sociais com mais de 29 mil interações comparando o poder de compra da gasolina com um salário mínimo nos anos 2000 e 2022. "Se for ano 2000, salário mínimo era 150,00, gasolina 1,93 poder de compra 78L. Ano 2022 salário mínimo 1.212,00 gasolina 7,00 poder de compra 173l. As vezes é bom fazer conta pra entender as coisas", afirmam os usuários.
Embora os valores referentes a 2022 não divirjam muito, a publicação menciona um valor impreciso da gasolina referente a 2000. Naquele ano, o litro da gasolina custava em média R$ 1,37, de modo que era possível comprar até cerca de 110 litros do combustível com um salário mínimo, e não 78 litros, como menciona a publicação.
Na publicação, os dados referentes ao ano de 2022 são verdadeiros. Conforme a série histórica do salário mínimo disponibilizada pelo Ipeadata, o valor neste ano totaliza R$ 1.212,00. Já o litro da gasolina no mês de junho está na média de R$ 7,18, conforme o sistema de levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Dessa forma, é possível adquirir até 168,80 litros de gasolina com o salário mínimo, valor próximo aos 173 litros mencionados pela publicação.
No entanto, a comparação referente ao ano 2000 se distancia dos valores reais. Naquela época, de fato, o salário mínimo era de R$ 151,00, mas um litro de gasolina custava em média R$ 1,37. Sendo assim, com um salário mínimo era possível comprar 110,21 litros de gasolina e não 78, como afirma o conteúdo viral.
A média do valor da gasolina foi calculada com base nos dados do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo e do Gás Natural, disponível no site da ANP. O anuário apresenta os valores cobrados pela gasolina no ano 2000 em 11 capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
A reportagem do Yahoo! Notícias já verificou outros conteúdos sobre os combustíveis, como o de que os impostos federais teriam sido zerados e de que o ICMS seria o responsável pela alta nos preços.