Fundos de ações: como investir na bolsa sem entender nada disso
Por Fellipe Bernardino
Quer investir no mercado de ações e não sabe por onde começar? Nem todos têm tempo e disposição para estudar a bolsa. Nesse caso, os fundos de ações – investimentos que reúnem várias ações diferentes e que são administradas por especialistas do mercado financeiro – são a melhor maneira de quem não é muito aventureiro começar.
Como funcionam os fundos de ações?
Os fundos de ações funcionam como um condomínio. Os apartamentos são as cotas. Quanto mais cotas, maior o valor investido e mais será necessário pagar para a gestora responsável. Na maioria dos casos, os fundos de ações funcionam com uma taxa de 2% ao ano e mais 20% do que exceder um determinado índice de referência – em geral, é o Ibovespa.
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Vamos fazer as contas. Se você aplicou R$ 100 mil reais em um fundo, ao final de um ano será preciso pagar R$ 2 mil de taxa de administração. Se esse fundo subiu 20% e o Ibovespa – o índice de referência – subiu 10%, haverá 20% de taxa sobre os 10% a mais de rendimento em relação ao índice. Só não vale esquecer que nem sempre a bolsa opera com a euforia dos últimos meses.
“Contratando um profissional, ele também pode errar, porque ninguém é isento de erro, mas a chance de um bom trabalho é maior”, explica o analista Thiago Salomão, da RICO Investimentos. Por isso, as taxas devem ser vistas como o preço de um serviço prestado ao investidor pela gestora dos fundos de ações.
Quanto tempo devo deixar meu dinheiro em fundos de ações?
É bom saber que esses fundos são para médio e longo prazos: quem investe tem que estar disposto a deixar o dinheiro aplicado por um ou dois anos, ou então não vai valer a pena.
Há estratégias para todas as preferências. Algumas gestoras montam portfólios voltados apenas às blue chips - papéis de empresas que são apostas garantidas. Outras, a determinados setores da economia. Algumas têm predileção por empresas que não estão no Ibovespa, inclusive empresas cotadas em bolsas do exterior.
Não importa o tipo de fundo, a cautela é sempre uma virtude do investidor sensato. Salomão conta que é recomendável tomar três cuidados antes de optar por algum fundo de ações:
Analise o histórico de rentabilidade do fundo num período maior do que doze meses. As melhores opções são os de mais de cinco anos, que passaram por todo o período da crise econômica dos últimos anos. “Fundos que sobreviveram a isso são os survivers, porque passaram pelo pior momento e conseguiram estar vivos hoje”, conta.
Entenda o histórico de volatilidade do fundo. “Se você tiver um perfil mais conservador, não é bom ter um fundo de investimento de volatilidade maior”, explica o analista. Isso porque as altas volatilidades denotam escolhas mais arriscadas feitas pela gestora.
Conheça a gestora que cuida do fundo. “Eles são acessíveis. Pede para visitar, conversar e entender quem é o gestor”, aconselha. Se não quiser fazer nada disso sozinho, a melhor opção é procurar um assessor de investimentos e ser orientado individualmente.
Também é importante ficar de olho nas estratégias de cada fundo, porque eles podem ser mais ou menos agressivos em suas metas. Os mais defensivos são aqueles que têm como meta a metade da volatilidade do Ibovespa. Já os moderados buscam a mesma volatilidade. Os fundos agressivos não se importam de ficar acima.
Fundos de ações para ficar de olho
Seguindo esses critérios, a pedido da reportagem, a equipe de alocação da Rico Investimentos enumerou alguns fundos nos quais vale a pena o investir ficar de olho.
Fundos de ações defensivos
Dahlia Total Return FIC FIM
Tavola Absoluto FIM
Fundos de ações moderados
Tork FIC FIA
Safari 45 FIC FIM II
Fundos de ações agressivos
Constellation Institutional FIC FIA
Brasil Capital 30 FIC FIA