França suprime voos domésticos curtos para priorizar viagens de trem

AP - Christophe Ena

A proibição de voos curtos no caso da existência de trens que façam a mesma viagem, com duração inferior a 2h30, entrou em vigor por decreto nesta terça-feira (23) na França. Trajetos aéreos entre o aeroporto de Orly, na periferia de Paris, e as cidades de Nantes, Bordeaux e Lyon já foram suprimidos. O objetivo é priorizar o transporte ferroviário, mais sustentável.

A medida foi determinada pela lei Clima e Resiliência de 22 de agosto de 2021. O texto já havia começado a ser aplicado, mas foi temporariamente suspenso devido a uma investigação realizada pela Comissão Europeia. Parte do setor aéreo francês contesta a lei, considerando-a contrária ao princípio de livre prestação e inadaptada à luta contra as mudanças climáticas.

A proibição não diz respeito a voos com conexão. A lei determina as condições de aplicação: o trajeto de trem deve ter a chegada obrigatória nas mesmas cidades onde os voos foram suprimidos. "As frequências devem ser suficientes e os horários apropriados, levando em consideração as necessidades de transporte dos passageiros fazendo o trajeto em questão", diz o texto.

Atualmente, apenas três trajetos se encaixam na determinação: entre o aeroporto de Orly, na periferia de Paris, e Nantes, Bordeaux (oeste) e Lyon (centro-leste). Por isso as ligações aéreas com essas três cidades foram suprimidas.

"A Comissão Europeia, em sua própria avaliação de proibição de voos na França, reconhece que proibir esses trajetos terá apenas consequências insignificantes", indicou o diretor-geral interino da A4E, Laurent Donceel.


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