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Fornecedores da Americanas acionam seguro de crédito comercial

***ARQUIVO***SÃO PAULO, SP, 17.01.2023 - Movimentação em frente à loja da Americanas na rua Direita, no centro de SP. (Foto: Bruno Santos/Folhapress)
***ARQUIVO***SÃO PAULO, SP, 17.01.2023 - Movimentação em frente à loja da Americanas na rua Direita, no centro de SP. (Foto: Bruno Santos/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A divulgação da primeira lista de credores da Americanas nesta quarta-feira (25) trouxe uma relação de fornecedores de diferentes portes -desde a fabricante de eletroeletrônicos Samsung (com quem a varejista tem dívida de R$ 1,2 bilhão), passando por Nestlé (R$ 259 milhões), de chocolates e biscoitos, Nadir Figueiredo (R$ 52,1 milhões), de copos e utensílios de vidro, até a Cromus (R$ 7 milhões), de embalagens para presente.

Ao todo, são R$ 41,2 bilhões devidos a 7.967 credores, que integram a primeira lista apresentada no processo de recuperação judicial. Parte dos fornecedores, especialmente os de médio e grande porte, contam com um seguro de crédito comercial: um produto oferecido pelas seguradoras para protegê-los de possíveis calotes de varejistas.

Uma das principais empresas do setor, a Allianz Trade, estima que o valor coberto pelos seguros de crédito junto aos fornecedores da Americanas gire entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, envolvendo a própria Allianz e outras grandes empresas do setor. Os fornecedores já começaram a acionar as seguradoras.

"O deferimento da recuperação judicial permite que o seguro seja acionado", diz Felipe Tanus, diretor de crédito da Allianz Trade no Brasil.

Para a concessão do seguro, a seguradora faz uma avaliação de cada um dos varejistas que são clientes dos fornecedores, que por sua vez recebem um limite de crédito a ser segurado com base nesta análise.

No caso da Americanas, são fornecedores de diferentes setores: desde guloseimas e papelaria até eletrônicos (como celulares e televisores). O executivo não revela quais são, nem o total de clientes segurados pela Allianz. Mas afirma que são empresas de médio e grande porte, com faturamento anual acima dos R$ 20 milhões.

Todas já indicaram que pretendem acionar o seguro, o que envolve o pagamento de uma franquia, cujo valor equivale a 10% do total segurado, em média. O pagamento acontece dentro de 30 dias.

"É um tipo de seguro comum na Europa, que tem se tornado recorrente no Brasil", diz Tanus. Segundo ele, para o fornecedor, o custo gira em torno de 1% do valor do portfólio segurado, cujo contrato envolve a proteção junto a diversas varejistas.

Para fechar o seguro, o fornecedor precisa atender as políticas recomendadas pela seguradora. "Um fornecedor de celulares, por exemplo, quer vender R$ 10 milhões em aparelhos para a Americanas. Mas a seguradora pode aprovar apenas R$ 7 milhões, de acordo com a avaliação da varejista. O fornecedor, então, pode destinar os outros R$ 3 milhões em produtos para outra varejista, diminuindo seu risco", afirma Tanus. "Dificilmente um cliente assume o risco por conta própria."

A Americanas, diz o executivo, era considerada uma varejista de nota média pela seguradora. "Tinha uma performance financeira adequada ao setor", afirma. Eventos como o da varejista devem exigir um ajuste no "apetite de crédito" do mercado como um todo, segundo Tanus.

"Mas as seguradoras crescem nos momentos de crise, que reforçam a necessidade do produto", diz.

Do total R$ 41,2 bilhões de dívidas da Americanas apontado na primeira lista de credores, R$ 41 bilhões são devidos à classe quirografários (crédito sem garantia), R$ 109,5 milhões à classe de microempresas e empresas de pequeno porte, e R$ 64,8 milhões se referem à classe trabalhista.

Os credores que possuem seguro de crédito estão listados como quirografários -uma vez que o seguro não é considerado uma garantia para preferência do crédito. De acordo com Tanus, depois de pagar a indenização ao cliente, a seguradora passa a ser considerada credora da Americanas (sai o nome do fornecedor da lista e entra o da seguradora).