Financiar a transição climática vira dor de cabeça para governo francês

AP - Jean-Francois Badias

A França se encontra diante de um desafio colossal: como financiar a transição ecológica? O assunto é tema de manchete e editoriais da imprensa nesta terça-feira (23). A terceira versão da estratégia nacional de baixo carbono (SNBC) está sendo revisada atualmente pelo governo francês e deve estabelecer os esforços que cada setor da economia deve fazer para reduzir suas emissões de carbono, explica o Les Echos.

O planejamento ecológico foi uma das promessas de campanha do presidente Emmanuel Macron para seu segundo mandato.

Um relatório elaborado pelo economista Jean Pisani-Ferry em parceria com a inspetora de finanças Selma Mahfouz , divulgado na segunda-feira (22), mostra que a França deve reduzir 55% de suas emissões no período de 2021 a 2030, o equivalente a 150 milhões de toneladas de CO2, se quiser honrar suas metas. Esse corte drástico indica que o país terá de fazer em dez anos o que foi feito em três décadas, porém, em um contexto de reindustrialização estratégica do país. Os setores de transportes, construção civil e indústria serão os mais afetados e terão de diminuir dois terços de suas emissões atuais.

Na avaliação do jornal Libération, se Macron seguir esta última recomendação, isso representaria "uma verdadeira revolução cultural", já que toda a política econômica do governo tem sido baseada na redução dos impostos e da carga tributária paga pelas empresas.


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