Filme do diretor Karim Ainouz destaca sexta esposa de Henrique 8º
Por Hanna Rantala e Miranda Murray
CANNES (Reuters) - Para o diretor brasileiro Karim Ainouz, a perspectiva de fazer um filme sobre a corte do rei Henrique 8º era particularmente empolgante com o foco em Catarina Parr, a última esposa de Henrique.
Ainouz, que não tem uma ligação especial com a Inglaterra, disse que seu objetivo era colocar Parr no centro das atenções.
"A principal razão é Catarina Parr e o fato de que nada de relevante foi feito sobre ela", declarou ele à Reuters antes da estreia de "Firebrand" no Festival de Cinema de Cannes.
“Fiquei muito empolgado com a possibilidade de trazê-la à tona e trazê-la para um lugar de protagonismo na história, que sempre foi dado a Henrique ou às mulheres que morreram”, disse ele, referindo-se a algumas das cinco esposas de Henry que antecederam Catarina.
Ainouz também se sentiu atraído por narrar a história europeia a partir de sua perspectiva, como cidadão de um país latino que foi colonizado por Portugal.
"Isso já foi feito ao contrário tantas vezes", disse ele, referindo-se aos cineastas europeus que mergulharam em filmes sobre países colonizados. Ele afirmou que a dinastia Tudor "parecia muito latina".
"Eu sei que (a dinastia Tudor) não era latina, mas era baseada em gângsteres, havia muito ouro, muitas cores", disse ele em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
"Firebrand", que está competindo pela Palma de Ouro, é estrelado por Alicia Vikander, no papel de Catarina, a sexta e última esposa de Henrique, que navegou a política da corte Tudor no final da vida dele.
"A dor que ele estava sofrendo era insuportável", disse Jude Law, que interpreta o rei, que sofreu várias condições crônicas.
Henrique 8º, que governou a Inglaterra de 1509 a 1547, notoriamente se divorciou de sua primeira esposa contra a vontade dela, rompendo com seus laços católicos e fundando a Igreja da Inglaterra.
"Firebrand, no fundo, é sobre um marido abusivo", disse Law. “E isso, infelizmente, é uma história internacional e universal que as pessoas, eu acho, reconhecem. E o poder e as habilidades que essa mulher tinha para andar na ponta dos pés em torno dessa figura poderosa eram notáveis.”