Festival de cinema indígena em Paris mostra novos olhares sobre luta pela existência humana
O racismo, os efeitos do aquecimento global sobre o futuro do planeta, os problemas de saúde ligados ao uso de agrotóxicos, a repressão e o apagamento de culturas pela evangelização. Esses são alguns dos temas abordados no festival de filmes indígenas Echoes, que acontece em Paris, a dois passos do Arco do Triunfo. A partir de olhares indígenas, as produções tocam em temas centrais de luta pela sobrevivência humana.
Cristiane Capuchinho, da RFI
O evento, organizado pelo centro britânico People’s Palace Project, acontece desde 2021 em Londres. Neste ano, pela primeira vez, o festival é realizado também em Paris, em uma parceria com a rede Amazonie Immersive.
A curadoria, feita pelos cineastas Takumã Kuikuro, Graci Guarani e Ziel Karapotó, reuniu produções que pudessem mostrar diferentes linguagens e histórias, evidenciando o universalismo da luta por direitos e pela existência.
O envenenamento de pessoas e da natureza pela pulverização de agrotóxicos por avião é abordado no curta “O Veneno me Alcançou”, de Bih Kenzo. A emergência climática é o eixo central do curta “A Febre da Mata”, do cineasta Takumã Kuikuro, que mostra as consequências das queimadas.
“São produções que tensionam, que trabalham as culturas, os povos, os corpos indígenas, de uma forma potente”, detalha Ziel Karapotó. “São narrativas que atravessam e transbordam as relações indígenas e tocam em temas universais, saindo dessa bolha em que geralmente enquadram os filmes indígenas.”
Sofisticação
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