Feijão-carioca está 40% mais caro que o concorrente; entenda

Feijão-carioca deve perder a preferência por conta da escassez e preços elevados
Feijão-carioca deve perder a preferência por conta da escassez e preços elevados
  • O feijão-carioca está até 40% mais caro que o feijão-preto;

  • A diferença entre o preço do quilos dos dois tipos chega a R$4,00;

  • Geadas e estiagens contribuíram para a alta dos preços.

O feijão carioca sempre foi o preferido do consumidor brasileiros, no entanto, em 2022, o insumo está menos presente nas prateleiras de supermercados e cada vez mais caro. Diante desse cenário, o setor produtivo já passa a acreditar que feijão-preto possa assumir o posto de mais consumido no mercado nacional.

Tradicionalmente, o preço do feijão-carioca costumava ser 15% superior ao valor pago pelo feijão preto. No entanto, neste ano a relação de preço entre os dois tipos mudou. Agora, o preço do feijão-carioca está até 40% mais caro que o seu “concorrente”, segundo Marcelo Lüder, presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses).

A oferta menor e alta a valorização do feijão-carioca se traduz no preço pago pelo consumidor: enquanto o quilo deste tipo está sendo comercializado acima dos R$ 10,00, a mesma quantidade de feijão-preto pode ser encontrado no varejo por R$6,00.

Segundo o presidente da Ibrafe, ainda que o feijão-carioca não suma do mercado, a diferença de preços vai acabar fazendo o brasileiro "desapegar" da preferência pelo tipo, que de acordo com cálculos do setor produtor, hoje, ocupa 60% do consumo no país.

Para se ter uma ideia, na semana passada, a saca de 60 quilos do feijão-carioca bateu bateu R$ 490 em Mato Grosso, enquanto no ano passado, os mesmos 60 quilos eram comercializados a um valor 63% menor (R$ 300,00). Já o feijão preto está custando atualmente R$ 225 no Paraná, principal estado produtor. Dados do IBGE mostram que o feijão-carioca já subiu 14,58% apenas de janeiro a maio deste ano.

Além do IPCA acumulado de janeiro até abril ter atingido o maior percentual desde de outubro de 2003, 12,13%, outros fatores específicos a produção do grão influenciaram na disparada dos preços. Entre eles, geadas intensas na região sul, estiagem em Goiás e Minas Gerais e a substituição do plantio por outros grãos com mercado garantido, como milho e soja.