Fed sobe juros em 0,5 pp e cortará ativos para conter inflação
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(Bloomberg) -- O Federal Reserve fez seu maior aumento de juros desde 2000 e decidiu começar a encolher seu enorme balanço patrimonial na campanha de aperto monetário mais agressiva em décadas para controlar a inflação.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do banco central americano votou por unanimidade na quarta-feira para aumentar a taxa de referência em 0,50 ponto percentual. O Fed começará a permitir que suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas vençam sem recompra em junho a um ritmo mensal inicial de US$ 47,5 bilhões, aumentando para US$ 95 bilhões em três meses.
“O comitê está altamente atento aos riscos de inflação”, disse o Fed no comunicado, acrescentando uma referência aos lockdowns de Covid na China que “provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos”. Isso se soma à invasão da Ucrânia pela Rússia e eventos relacionados, que estão “criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e provavelmente pesarão sobre a atividade econômica”.
O aumento para uma faixa de 0,75% a 1%, segue uma alta de 0,25 ponto percentual em março que encerrou dois anos de taxas próximas de zero para ajudar a amortecer a economia dos EUA contra o golpe inicial da pandemia.
Os formuladores de política monetária, que sinalizaram amplamente sua intenção de acelerar o ritmo dos aumentos das taxas, tentam conter a inflação mais alta desde o início dos anos 80, quando o então presidente Paul Volcker aumentou drasticamente as taxas e esmagou a economia no processo.
Eles esperam que, desta vez, a combinação de custos de empréstimos mais altos e um balanço patrimonial cada vez menor proporcione um pouso suave que evite a recessão enquanto reduz a inflação.
O índice de preços das despesas de consumo pessoal, indicador preferido do Fed, subiu 6,6% no ano até março, mais que o triplo da meta do banco central - e um número crescente de críticos dizem que o banco central esperou muito tempo para combater a inflação sem causar uma recessão.
O próprio presidente do Fed Jerome Powell disse ao Congresso no início de março: “A retrospectiva diz que deveríamos ter agido antes”.
Investidores estão cada vez mais apostando que o FOMC optará por um aumento ainda maior, de 0,75 ponto percentual, quando se reunir em junho - o que seria a maior alta desde 1994. Várias autoridades expressaram nas últimas semanas o desejo de levar a taxa básica para cerca de 2,5% “rapidamente” até o final do ano, um nível que eles consideram aproximadamente “neutro” para a economia dos EUA.
A declaração repetiu linguagem anterior que dizia: “com a firmeza adequada na postura da política monetária, o comitê espera que a inflação retorne ao seu objetivo de 2% e o mercado de trabalho permaneça forte”.
Autoridades decidiram começar a encolher balanço patrimonial do Fed de US$ 8,9 trilhões a partir de 1º de junho, a um ritmo mensal de US$ 30 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 17,5 bilhões em títulos lastreados em hipotecas, aumentando esse ritmo em três meses para US$ 60 bilhões e US$ 35 bilhões, respectivamente.
O balanço patrimonial aumentou de tamanho quando o Fed comprou títulos agressivamente para acalmar o pânico nos mercados financeiros e manter os custos dos empréstimos baixos à medida que a pandemia se espalhava.
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