(Bloomberg) -- A maioria dos economistas espera que o Federal Reserve continue seu aperto monetário em resposta à inflação alta, apesar das preocupações de que uma crise bancária possa ter um impacto econômico mais amplo.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) dos EUA elevará a taxa básica em 0,25 ponto percentual em sua reunião de 21 a 22 de março, e fará mais dois aumentos iguais nas reuniões seguintes, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg News. Isso elevaria os juros de referência dos EUA para uma faixa de 5,25% a 5,5%.

O presidente Jerome Powell havia sugerido na semana passada uma postura ainda mais agressiva, ao dizer que o BC americano poderia elevar juros mais do que o esperado anteriormente e em um ritmo potencialmente mais rápido, ou seja, meio ponto percentual ou mais.

Espera-se que a projeção mediana do FOMC em seu “gráfico de pontos” trimestral mostre a taxa de referência em 5,4% no final de 2023, em comparação com os 5,1% observados em dezembro.

As estimativas contrastam com a precificação mais recente do mercado de um pico de 4,9% em maio e cerca de um ponto percentual total de cortes durante o restante do ano.

Cerca de dois terços das respostas chegaram antes da mais recente onda de turbulência na quarta-feira, quando surgiu uma crise de confiança em torno do Credit Suisse, um credor gigante profundamente envolvido no sistema financeiro global. Mas a maioria das respostas refletiu pontos de vista após a falência do Silicon Valley Bank.

“Tenho muitas dúvidas de que a crise do SVB mude a política monetária”, disse Hugh Johnson, presidente da Hugh Johnson Economics. “Acredito que a crise será contida (limitada) e o risco sistêmico é bastante baixo.”

A esmagadora maioria dos economistas agora espera um aumento de 0,25 ponto percentual, em contraste com o meio ponto que muitos previam no início deste mês. Alguns preveem uma pausa e a Nomura Securities, um corte.

As preocupações após as falências do SVB e do Signature Bank levaram os mercados a uma ampla reavaliação da trajetória de juros do Fed. Os traders, que apostavam na possibilidade de uma alta de 0,50 na reunião do Fed deste mês antes da crise bancária, passaram a se posicionar para uma alta de 0,25 ou, com um pouco menos de chance, uma pausa.

Entre os economistas, quase três quartos disseram que a turbulência reduzirá a probabilidade ou o ritmo de aumentos de juros no curto prazo, e quase a metade disse que reduzirá o pico de juros. Apenas 20% acha que a crise não mudará a política monetária.

A pesquisa foi realizada entre 10 a 15 de março, e quem respondeu antes da falência do SVB e da resposta do Fed à crise teve a oportunidade de ajustar seus pontos de vista e responder a duas perguntas adicionais.

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