Facebook: mais de 80 organizações racistas estão na rede social
O Facebook já rotulou alguma dessas páginas como “organizações perigosas”;
Foram encontradas 119 páginas e 20 grupos, incluindo 24 páginas geradas automaticamente pelo Facebook;
O Facebook exibiu anúncios ao lado de pesquisas de grupos supremacistas brancos.
Ao que tudo indica, o Facebook tem muito a melhorar na repressão ao discurso de ódio dentro da plataforma. A organização sem fins lucrativos Tech Transparency Project (TTP) publicou um estudo indicando que grupos supremacistas brancos ainda têm uma presença significativa na rede social. Mais de 80 dessas organizações racistas estão presentes no Facebook, algumas das quais a empresa já rotulou como "organizações perigosas".
Os pesquisadores encontraram 119 páginas e 20 grupos, incluindo 24 páginas geradas automaticamente pelo Facebook quando os usuários listaram grupos supremacistas brancos como empregadores ou interesses.
O Facebook exibiu anúncios ao lado de pesquisas de grupos supremacistas brancos, mesmo quando essas páginas estavam na lista de bloqueio da rede social. As recomendações direcionaram os visitantes para outras páginas de ódio, e a tática do Facebook de redirecionar os usuários para grupos pró-tolerância só foi eficaz para 14% das 226 pesquisas. Algumas pesquisas por supremacistas exibiram anúncios de igrejas negras. Isso poderia efetivamente identificar alvos para extremistas, disse a TTP.
Em um comunicado ao Engadget, a Meta disse que "imediatamente" começou a remover anúncios de pesquisas vinculadas a grupos proibidos. A empresa também comunicou que estava corrigindo o problema com um "pequeno número" de páginas geradas automaticamente. Além disso, a companhia pretende ainda continuar trabalhando com especialistas externos para "ficar à frente" do ódio e de outros conteúdos extremistas.
A sobrevivência desses grupos no Facebook não é totalmente surpreendente. A professora associada da Universidade de Michigan, Libby Hemphill, disse que os grupos de ódio estão cada vez mais conscientes de como evitar restrições de conteúdo. As plataformas online estão frequentemente lutando para se adaptar, e o estudo da TTP sugere que elas nem sempre são bem-sucedidas.