Exposição "Feel it" de Aislan Pankararu em Londres mostra importância da retomada da narrativa indígena

© Vivian Oswald

Avesso a rótulos, o artista plástico brasileiro Aislan Pankararu garante que não se encaixa em conceitos prontos. Nem poderia. Aos 33 anos, parece ter vivido muitas vidas. Nascido em Petrolândia, na Caatinga, em Pernambuco, na aldeia onde ainda vivem oito mil índios Pankararu, ele começou a vida cedo.

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Aislan Pankararu começou a trabalhar antes de completar os estudos, para ajudar os pais. Saiu de casa, formou-se médico em Brasília, mudou-se para o interior e depois para a capital de São Paulo, onde é clínico geral. Por mais que o desenraizamento tenha sido necessário, as raízes são mais fortes. Ele se abre em um sorriso quando finalmente encontra a expressão que o define: uma raiz flutuante.

“É complicado você se definir. Eu sou Aislan Pankararu, sou de um povo indígena e eu estou no mundo. Meu processo é esse. É de fazer as coisas como eu vejo o mundo, com a minha relação, com o que eu carrego na minha bagagem, com o que eu sinto hoje. É um mix de tudo, se você for parar para pensar”, conta à RFI.

Mas Aislan defende a importância da retomada da narrativa indígena, que vive um dos seus momentos mais importantes em diversos segmentos da sociedade.


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