Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é condenado a três anos de prisão por corrupção
O Tribunal de Apelação de Paris confirmou nesta quarta-feira (17) a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy a três anos de prisão, incluindo um ano em regime fechado, pena que será executada por meio do uso de tornozeleira eletrônica. Sarkozy foi considerado culpado de corrupção e tráfico de influência no caso das chamadas "escutas telefônicas", relacionadas ao financiamento de sua campanha à eleição presidencial de 2007.
A advogada do ex-chefe de Estado, Jacqueline Laffont, informou que vai recorrer da condenação no Tribunal de Cassação, a última instância jurídica possível. "Nicolas Sarkozy é inocente das acusações feitas contra ele", disse Laffont. "Iremos até o fim do caminho judicial", acrescentou ela, falando de uma decisão "surpreendente". Sarkozy deixou a sala do tribunal sem dar declarações à imprensa.
O Tribunal de Apelação de Paris manteve a pena proferida por uma corte de primeira instância, em 1º de março de 2021. Aos 68 anos, Sarkozy ouviu a decisão sentado no banco dos réus, com o rosto fechado. Ele é o primeiro ex-presidente francês a ser condenado à prisão em regime fechado; seu ex-mentor Jacques Chirac recebeu uma pena de dois anos de prisão em 2011, mas com direito a sursis, em um julgamento sobre empregos-fantasma durante seu mandato na prefeitura de Paris.
O chamado "escândalo dos grampos telefônicos" veio à tona em 2014, dois anos depois que Sarkozy deixou o cargo de chefe de Estado. O caso tem origem em outro escândalo que ameaça Sarkozy. Há suspeitas de que ele tenha recebido financiamento do regime líbio de Muammar Kadafi durante a campanha presidencial de 2007, que o elegeu.
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