Ex-executivo da ByteDance, dona do TikTok, acusa empresa de práticas ilegais

Logo do TikTok em foto de arquivo de 21 de janeiro de 2021
Logo do TikTok em foto de arquivo de 21 de janeiro de 2021

Um ex-executivo da ByteDance entrou com um processo nos Estados Unidos contra a empresa, controladora do TikTok, acusando-a de tê-lo demitido por ter alertado sobre supostas práticas ilegais.

Muitos legisladores republicanos querem proibir o TikTok nos Estados Unidos. Eles afirmam que a plataforma permite que Pequim colete dados dos usuários sem o consentimento deles e influencie sua opinião, o que o aplicativo nega.

Segundo o processo apresentado em um tribunal de San Francisco em 1º de maio, Yintao Yu descobriu pouco depois de ser contratado na Califórnia em 2017 que a ByteDance estava "roubando" vídeos publicados em redes concorrentes, como o Instagram e o Snapchat, para postá-los em sua própria plataforma.

Yu, que era chefe de engenharia da ByteDance nos EUA na época, disse que alertou seus superiores, em vão, "e o roubo de propriedade intelectual continuou sem impedimentos". Ele foi demitido em 2018.

Na sexta-feira, Yu apresentou uma ação legal que acusa a ByteDance de "servir como uma ferramenta de propaganda para o Partido Comunista Chinês" (PCC).

Ele afirma ter visto a empresa destacar conteúdos "que expressam ódio pelo Japão" e restringir conteúdos "que expressam apoio aos protestos em Hong Kong" a favor da democracia.

De acordo com o ex-funcionário, o PCC "tinha acesso supremo permanente a todos os dados da empresa, incluindo os dados armazenados nos Estados Unidos".

"Meu cliente é o mais alto executivo da ByteDance a se manifestar publicamente", declarou Charles Jung, seu advogado, à AFP neste sábado.

"Meu cliente está preocupado com a proteção dos dados dos usuários americanos, a conduta ética do aplicativo e o bem-estar dos funcionários da ByteDance."

O acesso a dados pessoais de usuários americanos tem sido o centro de tensões crescentes nos últimos anos entre as autoridades e a empresa, que tomou várias medidas para garantir que esses dados sejam armazenados em servidores nos EUA.

A Casa Branca incentiva o TikTok a ser adquirido por uma empresa americana para poder permanecer no país.

Nem a ByteDance nem o TikTok responderam de imediato a uma solicitação da AFP.

Yu busca uma ordem do tribunal para forçar a companhia a interromper as práticas mencionadas na ação e também uma indenização, da qual planeja destinar uma "parte substancial" a organizações de defesa dos direitos civis para americanos de origem asiática.

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