Como funciona o horário de verão?
Abolido há dois anos no Brasil, o retorno do horário de verão ainda para 2021 segue em pauta na vida dos brasileiros. Ainda não se tem resposta oficial se a prática pode retornar no último semestre dos anos, por isso o Ministério de Minas e Energia segue com novos estudos para qualificar se o retorno do horário de verão é válido no território nacional.
O que é horário de verão? Quando foi instituído e por quê?
O horário de verão corresponde ao aproveitamento máximo de luz solar com o intuito de economizar o consumo de energia elétrica e minimizar a sobrecarga durante alguns picos diários de consumo de luz. Essa medida é adotada em diversos países. O nome “horário de verão” vem do fato de que a prática é normalmente adotada no período de vigência do verão.Leia também:
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Quando começava e quando acabava o horário de verão?
Historicamente, o período de vigência do Horário de Verão foi definido no Brasil de acordo com critérios técnicos que apontam a melhor forma de aproveitar as diferenças de luminosidade entre os períodos de verão e do restante do ano, que se dá entre o terceiro domingo do mês de outubro até o terceiro domingo do mês de fevereiro.
Qual a opinião de especialistas sobre essa medida?
O horário de verão sempre foi um ponto de divergência de opiniões sobre sua utilização. Segundo o professor Edgar Cardoso, de faculdade de Energia Elétrica da faculdade Newton Paiva, devido ao grande contratempo hídrico passado no país, o retorno do horário de verão seria favorável para a economia de energia. Na avaliação do especialista, por mais que estatisticamente a economia de energia com a medida seja pequena (em torno de 5 a 8%), ela é extremamente significante em um cenário de evitar um possível racionamento.
Enxergando o contraponto, especialistas contrários ao horário de verão pontuam, entre outros fatores, o efeito negativo ao relógio biológico causado na população. O economista e advogado Alessandro Azzoni também aponta um índice elevado, no período, na utilização de equipamento de resfriamento, como o ar-condicionado. O economista também pesa as mudanças em relação de trabalho provocadas pela pandemia do coronavírus, deixando em alta o modelo de home office, atrapalhando ainda mais a economia de energia com a utilização do horário de verão.
Quais os principais ‘contras’ do horário de verão?
Além da dificuldade de ajustar o relógio biológico à utilização do horário de verão, os agricultores são outra categoria que não enxerga razão para mudar os relógios: para as plantas, o que importa é a movimentação do Sol, que continua a mesma. Segundo Rudimar Menegotto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares, o horário não agrada porque o agricultor trabalha em função do Sol, e apesar de necessitar manter a rotina para a lavoura, também é preciso frequentar feiras e mercados, que têm a hora alterada pela medida.
Outro ponto considerado negativo com a atribuição do horário de verão é que o país fica com horários ainda mais distintos. Como abrangia até 2019 somente as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil — no Norte e Nordeste, pela proximidade com a linha do Equador, a mudança não geraria efeito prático — o horário de verão amplifica a diferença de fuso horário entre as diferentes regiões do Brasil. No Amazonas e Acre, por exemplo, há uma diferença, respectivamente, de duas e de três horas a menos em relação aos demais Estados.A discrepância pode gerar confusão para a transmissão de eventos nacionais.