Estudo: 33 milhões de pacientes da covid devem ter sequelas no paladar e olfato
Uma equipe internacional de cientistas investigou qual o número de pessoas que podem desenvolver problemas duradouros no olfato e no paladar, após casos da covid-19. A conclusão é que pelo menos 33 milhões de indivíduos conviverão com essas sequelas da covid longa. Por outro lado, a maioria se recuperará bem da doença.
Publicado na revista científica British Medical Journal (BMJ), o estudo prevê que cerca de 6% dos adultos podem desenvolver alterações duradouras — que passam dos seis meses — no olfato ou paladar após a infecção por covid-19. Para chegar nessa estimativa, foram considerados 550 milhões de casos.
Segundo os autores, “um grande grupo de pacientes pode desenvolver uma disfunção duradoura que requer identificação oportuna, tratamento personalizado e acompanhamento a longo prazo".
Perda de paladar e olfato é comum com a covid?
Vale explicar que alterações no olfato e no paladar, como a parosmia (diminuição da capacidade olfativa) e anosmia (perda do olfato), foram comuns em ondas anteriores da pandemia e podem ocorrer em diferentes graus e ter diferentes durações.
No entanto, a ciência ainda pouco sabe sobre o curso clínico desses sintomas ou quantos pacientes desenvolvem problemas persistentes e duradouros. Isso porque os casos continuam a ocorrer, mesmo com menor frequência.
Neste ponto, os autores compartilham o caso raro de um paciente que não recuperou o olfato, mesmo que a infecção inicial tenha ocorrido há 27 meses. Embora seja uma aparente exceção, outros casos do tipo podem surgir nos próximos meses.
Entenda o estudo sobre sequelas duradouras
Na construção da estimativa, os cientistas analisaram resultados de 18 estudos observacionais, englobando mais de 3,6 mil pacientes da covid-19. A conclusão é que, 30 dias após a infecção inicial, 74% dos pacientes já relatam a recuperação do olfato e 79% dos pacientes confirmam a recuperação do paladar.
Conforme as semanas passam, o índice geral de recuperação sobre. O pico é aos seis meses, quando 96% confirmam a recuperação do olfato. No paladar, o número chega a 98%. Nesse momento, cerca de 6% dos pacientes continuam a relatar alguma sequela da doença.
“Nossas descobertas provavelmente serão de relevância substancial para médicos generalistas e otorrinolaringologistas no aconselhamento de pacientes com distúrbios do olfato e paladar pós-covid-19”, completam os autores.
Fonte: Canaltech
Trending no Canaltech:
Por quanto tempo o álcool fica no sangue? É possível acelerar sua eliminação?
Buracos misteriosos no fundo do oceano intrigam os cientistas
Estação Espacial Internacional tem um "cheiro peculiar", diz astronauta
Sebrae anuncia programas para aceleração de startups no PR e RS
Todos os novos recursos do WhatsApp lançados em 2022 e novidades que vem por aí