Estrela "fugitiva" pode ser ainda mais estranha do que parece
Uma estrela bem conhecida, visĂvel a olho nu, estĂĄ âfugindoâ da nossa galĂĄxia a uma velocidade de 30 a 40 km/s. Estamos falando da Zeta Ophiuchi, localizada a cerca de 440 anos-luz da Terra, na constelação Ophiuchus. Ao observĂĄ-la, os astrĂŽnomos podem entender melhor os eventos mais violentos do universo, mas ainda hĂĄ algumas coisas muito estranhas sobre esse objeto.
Pulsar Ă© flagrado fugindo de sua prĂłpria nebulosa em altĂssima velocidade
Estrela de nĂȘutrons rara parece emitir sete tipos de pulsos diferentes
Por que a Zeta Ophiuchi estĂĄ fugindo?
No geral, as estrelas ficam orbitando o centro galåctico, mas existem algumas exceçÔes. Graças a alguns eventos como chutes gravitacionais e explosÔes de supernovas, algumas estrelas são arremessadas para longe de suas órbitas originais e atravessam a galåxia em alta velocidade.
Entre elas, estĂĄ a Ă© Zeta Ophiuchi, que nĂŁo Ă© exatamente o tipo de estrela que os astrĂŽnomos esperavam encontrar nessas condiçÔes â ela Ă© uma estrela azul muito quente, 20 vezes mais massiva que o Sol e pertence Ă sequĂȘncia principal (ou seja, ainda estĂĄ fundindo hidrogĂȘnio em hĂ©lio em seu nĂșcleo).
Nos modelos astronĂŽmicos, estrelas como esta duram pouco tempo. Em cerca de 8 milhĂ”es de anos (um tempo muito breve em escalas cĂłsmicas) elas deixam a sequĂȘncia principal e começam um processo que as levam Ă explosĂŁo em supernova. Por outro lado, Ă© um tipo de estrela que costuma nascer em grandes grupos.
Aqui Ă© onde a Zeta Ophiuchi, intrigou os astrĂŽnomos: ela estĂĄ viajando sozinha atravĂ©s da Via LĂĄctea a uma velocidade incomum. Por quĂȘ? De acordo com um novo estudo, ela foi chutada gravitacionalmente pela explosĂŁo de uma supernova â que por um acaso era a companheira binĂĄria da Zeta Ophiuchi.
Com mais anålises de órbitas, os cientistas descobriram que um pulsar também passou voando pelo espaço em uma trajetória que teria cruzado com a de Zeta Ophiuchi, hå cerca de um milhão de anos.
Assim, os pesquisadores concluem que, no passado, este pulsar foi a companheira de Zeta Ophiuchi que explodiu em supernova (os pulsares sĂŁo nada mais que o remanescente denso de uma estrela massiva que explodiu). Na explosĂŁo, os dois objetos foram chutados pelo impacto.
Por que a Zeta Ophiuchi Ă© tĂŁo estranha?
Imagens da estrela mostram um arco de choque em uma nuvem espessa atravĂ©s da qual a estrela estĂĄ viajando. Isso devido ao material soprado da estrela colidindo com o gĂĄs. Mas o novo estudo, liderado pelo astrofĂsico Samuel Green, do Instituto de Estudos Avançados de Dublin, na Irlanda, e nĂŁo obteve resultados compatĂveis.
A equipe de Green comparou os dados observacionais coletados por telescĂłpios com as simulaçÔes. Surpreendentemente, o que eles descobriram foi que os dados e as previsĂ”es dos modelos nĂŁo coincidem â nos dados, os raios-X mais brilhantes sĂŁo emitidos por uma bolha que envolve a estrela. Nas simulaçÔes, os mais brilhantes estavam no arco de choque.
O que isso significa? Bem, uma das duas coisas â as observaçÔes ou a compreensĂŁo sobre o que foi observado â estĂĄ incompleta ou errada. Agora, os cientistas terĂŁo que descobrir se falta algum processo fĂsico para ser incluĂdo na simulação computacional ou se devem usar resoluçÔes mais altas.
O artigo da equipe foi aceito para publicação na revista Astronomy & Astrophysics.
Fonte: Canaltech
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