Entidade que realiza aborto nos EUA é acusada de compartilhar dados
Dados de candidatas ao procedimento estão sendo compartilhados com Google e Facebook
País registrou um aumento na busca e no agendamento do serviço após revogação da lei que garantia acesso ao aborto legalizado
Diretora garantiu que nenhum agendamento ou informações de saúde protegidas foram violados
Uma denúncia do jornal americano The Washington Post divulgou que a Planned Parenthood, uma organização americana da área da saúde que promove a buscas de clínicas para a realização de abortos, estaria compartilhando os dados de candidatas ao procedimento e até mesmo o método pesquisado com grandes empresas de tecnologia como Facebook, Google, TikTok e Hotjar.
Após a revogação da decisão jurídica de Roe v. Wade, que garantiu o acesso ao aborto legalizado em todo território nacional dos Estados Unidos, o país registrou um aumento nessa busca e no agendamento do serviço.
Uma investigação feita pela Lockdown Privacy, fabricante de um aplicativo que bloqueia rastreadores on-line, mostrou que quando os visitantes usaram a função de pesquisa do site para encontrar um local para realizar o aborto e começar a agendar uma consulta, a Planned Parenthood compartilhou esses dados com empresas de rastreamento de terceiros, incluindo Google, Facebook e TikTok.
Em um vídeo compartilhado com o The Washington Post, o fundador da Lockdown Privacy, Johnny Lin, visitou o site da Planned Parenthood, abriu a busca de provedores, inseriu um CEP e selecionou “aborto cirúrgico” como serviço. Ao clicar no processo, uma ferramenta permitiu que ele visse como seu endereço IP estava sendo compartilhados com o Google, Facebook e outras empresas terceirizadas.
Em comunicado ao jornal americano, a diretora de saúde da Planned Parenthood Federation of America, Diana Contreras, garantiu que nenhum agendamento ou informações de saúde protegidas foram violados. "Com muita cautela, a Planned Parenthood suspenderá os pixels de marketing em páginas da web relacionadas à pesquisa de aborto e se envolverá com o Meta/Facebook e outras empresas de tecnologia sobre como suas políticas podem proteger melhor as pessoas que buscam o procedimento”.
As gigantes da tecnologia citadas não comentaram a denúncia feita pelo jornal.