Yahoo FinançasEngie Brasil foi conservadora em dividendos para focar em crescimento, diz CEO
- Opa!Algo deu errado.Tente novamente mais tarde.
- ENGIY
SĂO PAULO (Reuters) - A Engie Brasil decidiu ser mais conservadora na distribuição de dividendos neste trimestre para garantir caixa para investimentos e oportunidades de crescimento, disse o CEO da elĂ©trica, Eduardo Sattamini, nesta quarta-feira.
Em teleconferĂȘncia de resultados, ele disse que a postura "conservadora" pode mudar atĂ© o fim deste ano, a depender da evolução dos projetos da empresa.
O conselho de administração da elĂ©trica aprovou na terça-feira a distribuição de 578 milhĂ”es de reais sob a forma de dividendos intercalares (cerca de 0,708 real por ação), equivalente a 55% do lucro lĂquido distribuĂvel do primeiro semestre de 2022. Geralmente, a companhia distribui 100% de seu lucro.
"Preferimos distribuir 55% para que a gente não tenha que, em algum momento, ter uma alavancagem elevada num momento de taxa de juros elevadas em função da inflação... Estamos crescendo, não queremos nos expor a tomar recursos a taxas elevadas", comentou.
O CEO ressaltou que, apesar dos planos de crescimento, a companhia não pretende sacrificar retornos dos projetos ou vender energia a preços que não considera razoåveis.
Entre os novos projetos da companhia, estĂĄ o complexo eĂłlico Serra do AssuruĂĄ, na Bahia, que tem potencial para atingir 882 megawatts (MW) de capacidade instalada. O empreendimento estĂĄ em fase de desenvolvimento e terĂĄ sua energia vendida "em momento adequado".
"Não precisamos estar correndo para vender (energia) a preços baixos, influenciados pela boa hidrologia, vamos ter momentos mais adequados de venda num futuro próximo."
Jå em transmissão de energia, a Engie mantém seu interesse em aumentar seu portfólio com novas concessÔes, principalmente através dos leilÔes, disse.
HIDRELĂTRICA DE JIRAU
Sattamini comentou ainda que a transferĂȘncia da usina hidrelĂ©trica de Jirau (RO) Ă Engie Brasil "muito provavelmente" serĂĄ avaliada em 2023 pelo controlador, dada a perspectiva de que a concessĂŁo se torne "financeiramente equilibrada".
Segundo o executivo, em meados do próximo ano haverå uma redução significativa, da ordem de 30%, da tarifa de utilização da transmissão (TUST) do empreendimento.
"Estamos falando de um caixa extra para a companhia (Jirau) da ordem de 333 milhÔes de reais, isso aà deve equilibrar financeiramente a operação da companhia", afirmou Sattamini.
Com 3.750 megawatts (MW) de capacidade instalada, a hidrelétrica de Jirau tem como acionistas a Engie, a japonesa Mitsui e as subsidiårias da Eletrobras Chesf e CGT Eletrosul.
(Por LetĂcia Fucuchima)
