Endividamento dos mais pobres dispara e volta atingir nível recorde
Pesquisa do Ibre/FGV mostra que o endividamento dos mais pobres cresceu e atingiu um nível recorde em abril
Dos brasileiros que ganham até R$ 2,1 mil, 22,3% dizem ter dívidas
Redução no valor do auxílio emergencial em 2021 ajudou
O endividamento dos pobres teve alta e voltou a atingir um patamar recorde em abril, com o agravamento da pandemia e a diminuição do valor do auxílio emergencial. Uma pesquisa do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) mostra que 22,3% da população com renda de até R$ 2,1 mil diz estar endividada. As informações são do G1.
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Esse nível de endividamento dos brasileiros de classe mais baixa só foi registrado em junho de 2016, durante a crise política e econômica causada pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Apesar de as dívidas terem crescido para todas as faixas de renda, a situação é pior para os mais pobres, já que o valor que sobra para fazer uma reserva para emergências é muito menor. Entre quem ganha mais de R$ 9,6 mil, apenas 3,9% dizer estar com dívidas.
Redução do auxílio
Em 2020, o valor das parcelas do auxílio emergencial era mais alto, de R$ 600. Isso ajudou muitos brasileiros a ter o mínimo para sobreviver ou até mesmo manter o equilíbrio do orçamento em casa.
Entretanto, em 2021, os valores do benefício vão de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família. Enquanto no ano passado, foram gastos quase R$ 300 bilhões com o auxílio, este ano serão investidos R$ 44 bilhões.
Sem melhora
Com a pandemia sem controle no país e o consequente reflexo na economia e no mercado de trabalho, não há tendência de melhora na situação das famílias.
Segundo os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil chegou ao maior número de desempregados da história: 14,4 milhões.