Endividamento das famílias cresce em 2022, apontam estudos
Cerca de 88% dos consumidores tem dívida ativas, aponta estudo do Acordo Certo;
Crédito foi bastante utilizado pelas famílias devido a queda da renda causada pela pandemia;
Endividamento familiar pode a uma queda na atividade econômica brasileira.
Após o país bater recorde de endividados em 2021, com cerca de 70% das famílias comprometidas com dívidas, uma pesquisa realizada pela Acordo Certo, fintech do Grupo Boa Vista, mostrou que atualmente 88% dos consumidores brasileiros possuem dívidas ativas. Desses, 57% afirmam que passam por dificuldades na hora de suprir todas as suas necessidades básicas.
Segundo um levantamento da equipe de Renda Fixa da XP, que utilizou dados do Banco Central, a quantidade de endividados subiu em 21% entre os anos de 2020 e 2021. Por enquanto, o crescimento de 2021 para 2022 é de 4%, aponta o Acordo Certo.
Os dados também representam como o acesso ao crédito segurou a economia do país durante esses anos de pandemia, onde muitas famílias sofreram com queda na renda e tiveram de tomar empréstimos pessoais para conseguir pagar aluguéis, mercados e contas.
Além disso, esses dados são ainda mais preocupantes quando analisados a partir da perspectiva da recuperação econômica brasileira. O consumo familiar é um dos maiores motores do PIB brasileiro e com o orçamento comprometido, essas famílias podem não participar do mercado consumidor neste ano, levando a uma queda na atividade econômica.
Guedes quer liberar FGTS
Para aliviar um pouco a pressão do endividamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer liberar a utilização do saldo do FGTS para o pagamento de dívidas.
"Há várias iniciativas que podemos ter até o fim do ano que devem ajudar a economia a crescer. Podemos mobilizar recursos do FGTS também, porque são fundos privados. São pessoas que têm recursos lá e que estão passando por dificuldades. Às vezes o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no FGTS. Por que que não pode sacar essa conta e liquidar a dívida dele do outro lado?" disse o ministro.