Eles mudaram radicalmente de carreira e estão – mais – felizes!
Quem nunca acordou desejando jogar tudo para o alto e rodar o mundo? Ou largar o emprego e se dedicar àquilo que sempre se imaginou fazendo desde criança? Não importa o cargo, do assistente ao chefe, tem gente insatisfeita por aí em qualquer nível de hierarquia, mas mudar exige planejamento e principalmente, coragem.
Conheça cinco histórias de pessoas que decidiram trocar radicalmente de carreira e não se arrependeram. Aproveite para fazer uma autoavaliação. Quem sabe também não é hora de mudar?
Do mercado financeiro ao pé na estrada
Ela é economista e ele, administrador de empresas, ela ama gastronomia e ele, fotografia, ambos tem paixão por viajar. Foi então que resolveram transformar a lua de mel em 3 anos e meio de pé na estrada rodando pelo mundo a bordo do Coyote (apelido que deram para o Land Rover Defender deles). Já foram 75 países, diversas novas receitas aprendidas por Rachel Paganotto e inúmeras fotos tiradas por Leonardo Spencer.
A aventura então se transformou em trabalho e o projeto Viajo Logo Existo virou um empreendimento com patrocinadores, produtos personalizados, anunciantes e três livros impressos: um focado na América, outro na Europa e o mais recente, na África, além de alguns e-books com dicas de lugares como a Patagônia. “As mudanças no mundo estão cada vez mais rápidas e conseguir ser camaleão e se adequar a diferentes profissões é uma qualidade. O ideal é a pessoa não esperar ficar infeliz para tomar a atitude de trocar de direção, assim não perde suas energias. Mas, é importante se planejar. Afinal, todo mundo tem de pagar as contas no fim do mês”, diz Rachel.
Da área administrativa à terapia sexual
Amanda Abreu começou a trabalhar aos 17 anos e resolveu seguir na área em que já estava atuando cursando administração de empresas. Até que em 2014 ela precisou arrecadar um dinheiro extra para ajudar nas contas de casa e começou a vender produtos eróticos para complementar a renda. Em pouco tempo, se apaixonou por este novo universo, pediu para sair do emprego e montou a Espaço Mell.
Suas ferramentas de trabalho então passaram de contas a pagar, planilhas contábeis e contratos para cremes com sabores exóticos, velas aromáticas, lingeries e fantasias. Hoje, Amanda é consultora em saúde e educação da sexualidade e faz pós-graduação em terapia sexual. “Ingressei neste mercado também pensando no empoderamento sexual feminino, já que muitas mulheres ainda tem vergonha de entrar até num sex shop. Meu principal propósito é levar conhecimento para promover a autoestima e alegria das mulheres, para que juntas possamos despertar o poder que já temos”, enfatiza.
Da gerência de pessoas à gerência das panelas
Ela arrumou emprego em uma multinacional para pagar a faculdade de nutrição, só que as coisas por lá foram dando tão certo que Gisele de Souza chegou ao cargo de gestora de operações e liderava um grupo de 300 funcionários, mas ela sabia que seu coração estava mesmo na cozinha. Então, após 16 anos na empresa resolveu sair para se dedicar 100% ao seu sonho.
Após descobrir que tinha intolerância a lactose (incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados) começou a desenvolver receitas direcionadas para pessoas com alergias alimentares e viu aí uma oportunidade de mercado. Desde então, o Receitinhas da Gi vem recebendo cada dia mais encomendas. “Hoje percebo como é viver a verdadeira realização profissional, o prazer em estar entre o forno, as panelas e ter o retorno positivo dos meus clientes, faz com que eu nem perceba o tempo passar e quando vejo já se foram 14 horas de trabalho. Tenha a certeza que tomei a melhor decisão da minha vida”, diz Gisele.
Da biologia ao marketing
Quando Estevão Rizzo se formou em ciências biológicas já tinha traçado na cabeça, como a maioria de seus colegas, que os próximos passos seriam mestrado e doutorado. Mas antes quis fazer uma “experiência de campo”, lecionando e imergindo mais neste universo até constatar que detestava o mundo acadêmico.
Resolveu então vender tudo o que tinha e morar fora do país, ficou um tempo na Itália e depois no Canadá. Trabalhou de entregador de pão a lavador de pratos e quando voltou fez pós-graduação em marketing. Foi aí que descobriu que esta era sua praia. “Entrei em uma crise interna. Tive medo do futuro e do julgamento das pessoas, mas pensei naquela famosa frase de que é melhor se arrepender de ter tentado, do que viver com a dúvida e resolvi dar um salto de fé”, diz Estevão Rizzo, diretor de marketing e expansão do Grupo WTW (80 20 Marketeria Digital, Gestão Ativa, Superbiz e Compet).
De planejamento logístico para design de sobrancelha
Priscilla Corrêa foi gerente de operações logística de uma empresa de comunicação, na qual trabalhou por 18 anos, até ser surpreendida com o seu nome na famosa lista de cortes de fim de ano. Após se ver sem rumo e já cansada da sua área, ela aproveitou a oportunidade para juntar o útil ao agradável para abrir com a mãe, que é manicure, um salão de beleza em casa.
Ela resolveu fazer curso de cabeleireira e design de sobrancelha. “Quis tentar uma vida sem crachá, sem regras e horários estabelecidos. Além disso, queria ficar mais próxima do meu filho de 8 anos. Antes vivia sob pressão por resultado. Agora, me sinto mais em paz. Acho que os caminhos são vários e cada um deve encontrar o seu”.
Foto: Viajo Logo Existo/Divulgação