Ela largou o emprego formal para apostar nos sapatos

A busca por um propósito e para gerar mais renda para si mesma fez com que Adriana Koide começasse a questionar o emprego formal e pensasse em como empreender (Reprodução/Instagram)
A busca por um propósito e para gerar mais renda para si mesma fez com que Adriana Koide começasse a questionar o emprego formal e pensasse em como empreender (Reprodução/Instagram)

Por Melissa Santos

A busca por um propósito e para gerar mais renda para si mesma fez com que Adriana Koide começasse a questionar o emprego formal e pensasse em como empreender. Formada em Administração de Empresas, ela trabalhou por quase 10 anos com Comércio Exterior, gerando novos negócios e projetos para a empresa que trabalhava. “Até que um dia eu comecei a pensar que eu gerava tanto negócio pra empresa que eu representava, porque não gerar para mim mesma?”, relembra.

Foi quando em 2015 ela começou a pesquisar uma série de possibilidades de investimentos fora da função que ocupava. “Pesquisa uma série de franquias, mas tudo que eu olhava já estava saturado na minha cidade (Santos). Não tinha nada de novo ou diferente ou que eu pudesse ter esse propósito que eu buscava. Afinal, quando você resolve seguir com a franquia, você precisa aplicar o modelo de negócio e, no fim, eu queria criar algo meu”, conta.

Após descobrir que queria criar algo próprio, Adriana começou a avaliar no que gostaria de empreender. “Só sabia que precisava ser algo que eu gostasse e me identificasse, além de saber vender e administrar os produtos. Demorou um pouco até eu descobrir que eram os sapatos”, fala.

A ideia veio depois de um dia de trabalho em São Paulo. Após sair de uma reunião, viu uma loja com opções de sapato baratos e bonitos. “Resolvi comprar e levar para Santos para ver ser algumas amigas gostariam de comprar. Foi algo bem despretensioso. Não imaginava que aquilo viraria um negócio”, conta.

As amigas de Adriana adoraram suas escolhas e começaram a encomendar modelos diferentes. “Foi quando vi a oportunidade de negócio. Comecei a fazer uma série de pesquisas de como desenvolver uma marca, criar meu próprio posicionamento”, conta.

E entre descobrir a vocação pelos sapatos até lançar o e-commerce da loja Adriana demorou cerca de 5 meses. “Sou ansiosa, então já fui colocando as ideias em prática. Dei sorte de que na época estava rolando uma feira de fábrica de sapatos em São Paulo e conheci vários fornecedores e fábrica, o que ajudou a acelerar o processo”, fala.

A Adriana K começou online por ser um modelo de negócio mais barato se comparado as lojas físicas. “Fora que eu também abri o e-commerce sem ter funcionários. Trabalhava na época e só fui largar o emprego formal depois de quase dois anos de loja. Me dedicava nas horas vagas e aproveitava a flexibilidade que eu tinha. Uma outra vantagem do online era poder atingir mais pessoas de diferentes cidades”, conta.

Como já estava planejando abrir um negócio, Adriana tinha um bom capital guardado para investir na loja, mas gastou bem pouco no começo. Toda estrutura de site e marca foram feitos com menos de mil reais. “Minha primeira plataforma era bem barata, abri MEI para economizar com os tributos também... O que eu mais gastei foi mercadoria”, relembra.

Após seis meses com a loja online, a empreendedora decidiu abrir o primeiro espaço físico da marca, uma espécie de showroom, que também serviu para que ela tirasse parte do estoque da sua casa.

“Vender online não é fácil, pois é preciso não só gerar tráfego, mas também convertê-lo em venda. Sempre trabalhamos forte com o Instagram para ajudar a alavancar a marca e prospectar novos clientes, mas percebemos que público de Santos queira conhecer os sapatos pessoalmente”, fala.

Adriana ficou surpresa com o aumento nas vendas e da demanda no espaço físico a ponto de que o espaço não comportava mais a quantidade de clientes. “Foi quando, em 2018, resolvemos nos mudar para uma loja de verdade! Com vitrine e funcionárias...”, fala.

Ao todo, a Adriana K conta com duas grandes trocas anuais de coleções (primavera/verão e outono/inverno) e a inspiração para a criação dos modelos varia de viagens a influenciadoras de moda.

Uma das maneiras de deixar os produtos mais humanizados foi colocar nome de mulheres em todas as sandálias. “É uma maneira da gente se organizar e também deixar o produto mais humano. Afinal, temos mais de 500 modelos de sapato e aí quando chegavam falando que queria um preto, ficava muito difícil saber de qual estavam falando. Mas se você fala sandália Bruna, fica uma forma mais organizada e humanizada, que faz com que todos já identifiquem de qual modelo você está falando”, afirma.

Além de ser queridinha das influenciadoras da cidade, a marca também agrada influencers de outros locais, como @tata e @jadeseba. “As influenciadoras ajudam muito e dão visibilidade aos nossos produtos, mas acredito também que o conteúdo e a parte conceitual faz toda diferença para que os seguidores não só acompanhem, mas também comprem os produtos”, avalia.