Edital oferece mais de 1 milhão de reais para iniciativas quilombolas
Até 35 projetos serão contemplados pelo apoio financeiro e técnico
Apenas organizações constituídas por quilombolas poderão se inscrever
Iniciativa nasce da parceria entre o Fundo Baobá para Equidade Racial e a Conaq
Promover sustentabilidade econômica, gerar renda e possibilitar segurança nas comunidades é o objetivo do edital Quilombolas em Defesa: Vidas, Direitos e Justiça. Lançado no mês de setembro, o processo receberá inscrições até o dia 25 de outubro.
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A iniciativa foi elaborada pelo Fundo Baobá para Equidade Racial em parceria com a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas). Ao todo serão disponibilizados R$ 1.050 milhões, distribuídos em até 35 iniciativas. Cada projeto selecionado receberá um montante de R$ 30.000, além de assessoria e apoio técnico.
Apenas organizações lideradas e constituídas por quilombolas poderão se inscrever. Os recursos financeiros e o apoios irão para a base comunitária.
"Sabemos que as organizações de base comunitária nem sempre conseguem acessar recursos, em especial organizações comunitárias lideradas e constituídas por povos tradicionais, por isso o edital também é uma oportunidade para contribuir no aprimoramento da filantropia para justiça social", diz a diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes.
Para se inscrever, acesse o site oficial do edital.
Eixos Temáticos
Cada organização deve apresentar apenas uma proposta sobre um dos eixos temáticos propostos:
• Recuperação e sustentabilidade econômica nas comunidades quilombolas;
• Promoção da soberania e segurança alimentar nas comunidades quilombolas;
• Resiliência comunitária e defesa dos direitos quilombolas.
Comunidades quilombolas brasileiras
O Brasil conta com cerca de 6 mil comunidades quilombolas, de acordo com a Conaq e o IBGE. Dessas, apenas 2.819 já foram certificadas, estando 1.727 localizadas no Nordeste, 450 no Sudeste, 300 no Norte, 191 no Sul e 151 no Centro-Oeste.
Os quilombolas têm, em sua maioria, a agricultura e a pecuária como principais atividades econômicas. A preservação da cultura vem por meio da oralidade ancestral e da resistência que têm exercido ao longo dos anos de existências.