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Economia circular: saiba mais sobre a nova forma de produzir e consumir

Still life of folded american dollar notes making a shape of the dollar currency sign.
A chamada Economia Circular planeja revolucionar o consumo eliminando o descarte da cadeia produtiva (Getty Images)

Partindo do princípio de que na natureza nada se cria nem se perde, a chamada Economia Circular planeja revolucionar o consumo eliminando o descarte da cadeia produtiva. A Economia Circular surge em resposta ao modelo chamado “Economia Linear”, que consiste em retirar matérias primas da natureza para que sejam consumidos e descartados como lixo.

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A linearidade é o desafio para a economia de modo geral, uma vez que o lixo não some e os recursos naturais (como a madeira e o algodão, por exemplo) são finitos.

O modelo circular, por outro lado, planeja usar o produto, reutilizá-lo, reciclá-lo, recriá-lo e usá-lo novamente. Ou seja, não há fim e nem começo na cadeia produtiva, uma vez que o processo já foi iniciado.

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Lixo é visto como erro de design

São três os princípios do processo: regenerar os sistemas naturais, recorrendo a eles com menos frequência, manter produtos e materiais em ciclo de uso e eliminar o lixo e a poluição, vistos como uma falha de “design”. O lixo e a poluição não deveriam existir na cadeia produtiva, de acordo com o modelo circular.

Para quem pensa que a Economia Circular está distante dos países em desenvolvimento, como o Brasil, uma pesquisa recente realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) mostrou que 76% das indústrias no país já utilizam da Economia Circular. Elas citam a redução de custos como seu maior incentivo.

Do berço ao berço (cradle to cradle)

O conceito de criação “cradle to cradle” (do berço ao berço) parte do princípio da economia circular que prega a extinção do conceito de lixo. Esta idéia é que a produção de materiais descartados, ou seja, que não podem retornar imediatamente à cadeia produtiva, é um erro de design, de projeto do material.

O produto deveria poder retornar à cadeia de onde veio da mesma forma que ele saiu, embora desgastado, para poder ser repensado como ele poderia reingressar no mercado sem gasto de nenhum material novo. A ideia parte do princípio de que na natureza nada se cria, nada se perde e tudo se transforma. Se é assim na natureza, a Economia Circular planeja dar à humanidade o controle sobre o design de como seria essa transformação.

Movimenta a economia, o social e o ambiental

A Economia Circular se baseia no princípio da Sustentabilidade. A crença sobre sustentável não é apenas cuidar do meio ambiente, mas de toda a cadeia da sociedade. Não há desenvolvimento sustentável sem, por exemplo, redução das desigualdades ou com uma economia em colapso. Tudo, nesse sentido, precisa estar em equilíbrio. O desenvolvimento da economia seria paralelo à melhoria do meio ambiente e à justiça social.

Money from Brazil. Real notes, Brazilian currency inside a black wallet. Concept of finance, economy and wealth.
Não há desenvolvimento sustentável sem reduzir as desigualdades (Getty Images)

União entre público, empresas e governos

Pensando nisso, uma Economia Circular só pode ser planejada com a convergência entre o Governo, os consumidores e a iniciativa privada. As três frentes, unidas, trabalham para fiscalizar o mercado e produzir incentivos, consumir menos de produtores não sustentáveis e se inovar para um mercado competitivo que desenvolva a sociedade, reduzindo seus custos de produção e melhorando a cadeia produtiva.

As empresas podem, por exemplo, fazer acordos e ceder seus produtos para ter seu retorno em troca de descontos. A empresa utilizaria o produto retornado para fabricar novos produtos com um custo menor, inevitavelmente aumentando seu lucro. O Governo também poderia contribuir com incentivos fiscais, regulação ambiental e social, etc.

Cadeias biológicas e técnicas

O modelo circular divide a produção em duas cadeias: a técnica e a biológica. A primeira trabalha com tudo o que não é orgânico e pode ser reciclado, como plásticos, metais, tecnologias e outros materiais inorgânicos, como os sintéticos. Estes podem ser usados para recriar o objeto devolvido ao ciclo produtivo. Já o ciclo biológico busca reutilizar as características orgânicas das matérias primas (madeira, por exemplo) para retornar ao sistema através da produção de compostagem e digestão anaeróbica.

A divisão em dois ciclos, de recriação do objeto (técnica) e de regeneração dos sistemas vivos (biológica) permite que a Economia cíclica seja sempre diversa e atenda aos seus objetivos de movimentar a economia, protegendo o meio ambiente. A defesa do social viria com a redução dos custos de produção e, consequentemente, dos preços dos produtos, além de facilitar projetos sociais de empresas e do próprio Governo.

75% das empresas no Brasil já adotam a economia circular

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) feita em setembro deste ano, cerca de 76% das indústrias no país já utilizam da Economia Circular e citam a redução de custos como seu maior incentivo. Das mais de 1000 indústrias escolhidas aleatoriamente para a pesquisa, 60% acreditam que a iniciativa é boa para geração de novos empregos.

A mudança da cadeia produtiva no país, portanto, não apenas é viável como está próxima. Bastaria ao Estado compor legislações que desenvolvam melhor o meio ambiente e aos consumidores prestarem mais atenção no que e como consomem para que a Economia Circular seja uma possibilidade para o progresso.